O recrutamento, a exemplo das áreas de vendas e marketing está passando por grandes mudanças. A transformação tecnológica do RH já não é mais uma questão de escolha, isso porque a pandemia não só acelerou a digitalização da área para contratações à distância, como confirmou a máxima de que a tecnologia é essencial nas relações e vital para o sucesso do recrutamento e seleção.
Realizada em dezembro passado, o levantamento feito pela Kenoby, software para gestão ponta a ponta do recrutamento e seleção das empresas, que tem como propósito ressignificar a conexão entre pessoas e empresas, aliando tecnologia à psicologia organizacional, ouviu analistas de RH, coordenadores gerentes, diretores, business partners, presidentes, CEOs, sócios, entre outros cargos. O objetivo foi mapear o quanto os profissionais de RH estão engajados com a tecnologia, o quanto isso é uma prioridade, além de identificar as metas para esse ano como eliminação de vieses.
Quando indagados sobre o quanto a empresa pretende investir em tecnologias para o RH no próximo ano, (38,8%) ainda analisam a possibilidade, (15,4%) disseram não ser uma prioridade e (45,8%) apontaram já ter um planejamento para isso acontecer. A pesquisa também apurou o quão tecnológico ou automatizado é o RH da empresa. Cerca de (59,5%) dos respondentes disseram ser “mais ou menos tecnológico e/ou automatizado”, (20,7%) afirmaram não ser nem um nem outro e apenas (19,7%) disseram ser totalmente tecnológico.
Com relação à implantação de novas tecnologias como uma prioridade para a área, (37,5%) afirmaram que é baixa, (35,5%) que nem sempre é um desejo atendido e (27,1%) que sim é uma prioridade alta.
“Hoje a gente já consegue ter indicadores de como melhorar o processo de R&S a partir de dados, baseando-se na ciência e na psicologia organizacional, do que apenas se ancorar em currículo, dinâmicas, ou recomendações de profissionais. Nisso, o candidato já tem um ganho, pois ele será avaliado por outros critérios, além de achismo e pelo que está no CV.
O RH agora tem dados e ferramentas nas mãos, que os ajudam a ter um olhar de águia, de longa distância, a enxergar para onde estão indo, aonde querem chegar e com quem querem chegar.”, afirma explica Felipe Sobral, diretor de Marketing da Kenoby
Existe uma linha muito tênue ainda entre desejar, saber que é necessário e de fato concretizar, ou seja, ser um RH orientado para os negócios e ser um braço para a alta liderança. “O mais difícil é transpor isso para toda a empresa, convencer que o futuro já chegou, está aí, e que não tem mais espaço para a área ser operacional ou não participar das decisões.”, refuta Sobral.
Viés o humano
Esse foi um dos pontos também levantados na pesquisa. Se o viés inconsciente é uma das preocupações dos processos seletivos da empresa. Surpreendentemente (68,2%) responderam que sim e (31,8%) que não. Quando perguntado se é uma prioridade para a empresa ter uma atração de candidatos personalizada e que elimine do processo os vieses inconscientes, ou seja, aqueles que são baseados no currículo ou ainda em gênero, questão racial e menos em habilidades e fit cultural. Cerca de (73,9%) disseram ser uma prioridade e (26,1%) responderam contrariamente.