Pandemia, quarentena, lockdown, distanciamento social e home office. Não foi um ano fácil para a maioria das empresas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o PIB (Produto Interno Bruto) teve queda histórica de 9,7% no segundo trimestre. Esse ano exigiu mudanças e adaptações. O cenário instável causado pela pandemia da Covid-19 deixou lições para empreendedores.
Manoela Mitchell, CEO da Pipo Saúde
“Neste ano tivemos muitos aprendizados. O primeiro deles foi que o trabalho remoto funciona e pode ser incrível para as empresas, porque podemos contratar muitos profissionais qualificados, que trazem vivências totalmente diferentes e não moram em São Paulo, por exemplo. O segundo aprendizado eu diria que é o foco, principalmente foco comercial, o time precisa está alinhado para vender exclusivamente para o público-alvo garantindo uma boa experiência para o cliente. Também é importante testar coisas diferentes, não podemos nos limitar com as questões de gastos, precisamos testar, aprender e errar. O último, mas não menos importante, as pessoas são tudo para a empresa.”
Marcelo Souza, CEO da Indústria Fox
“Uma das grandes lições foi entender a vulnerabilidade. Não existe mercado ou contratos sólidos, ficou muito claro que tudo é vulnerável. Na Indústria Fox conseguimos fazer muito em pouco tempo porque nós tínhamos algumas coisas construídas no passado, que foram a chave de sucesso. Temos um time muito diverso, comprometido e qualificado. Então, uma das lições que fica é que o principal ativo de uma organização são as pessoas. De 2020 levo a importância de ter um time sólido, qualificado e motivado, porque quando vem uma crise, esse time que vai reconstruir.”
Henrique Flores, CEO da Contraktor
“Resiliência foi uma das lições, até porque no começo da crise me recordo de falar com investidores que achavam que iríamos falir por não termos tanta reserva de dinheiro. Em março equilibramos as contas e só poderíamos pedir paciência aos nossos investidores, dizer que este ano era o nosso momento. Algo que não tinha certeza, mas a transformação digital foi bastante favorável à Contraktor. Outro ponto é que viemos de 2019 focados em estratégias de growth hacking e estrutura de sales, mas este ano decidimos olhar para pessoas e produtos. Funcionou, pois dobramos a equipe e tivemos um ano com mais de 250% de crescimento em receita também.”
Leandro Gotz, CEO da HELPIE
“A dificuldade é brutal, mas é igual para todos. Nós decidimos encarar o desafio. Aprendemos que onda grande se ultrapassa mergulhando e foi isso que fizemos. Mergulhamos no trabalho, fomos produtivos, entregamos um novo posicionamento, um novo produto, uma nova atitude fundamentada em convicção e coragem. E vamos sair do outro lado num mar aberto de oportunidades construídas por nossa atitude. Desafios como esse engrandecem as conquistas e fortalecem a convicção. Mais do que nunca as relações são dinâmicas, instantâneas e constantes. As aplicações e plataformas foram para nuvem e dependem de processamento rápido e seguro. Essa realidade não muda mais. A virtualização das relações é um tremendo ganho para produtividade.”
Carlos Naupari, CEO da Fligoo no Brasil
“Esse ano, assim como 2008, que foi a primeira grande crise econômica que encarei como profissional, aprendi que a única coisa em comum em todas as crises é que elas passam. Todas tem começo, meio e fim. Quem teve paciência, resiliência e aquele espírito de não desistir, fundamental no mundo dos negócios, soube sair melhor da situação. Essa não será a última crise, então perseverança é a qualidade que acredito que todo empreendedor deve ter. E lembre-se sempre: como tudo na vida, as crises também tem fim.”
Vitor Torres, CEO da Contabilizei
“A crise ensinou muitas coisas para o empreendedor brasileiro. Às vezes, no otimismo, as pessoas esperam que coisas boas aconteçam milagrosamente, enquanto que por outro lado, ter ideia do pior cenário financeiro possível pode ser a solução para você encontrar uma saída. Você se exercita para poder enxergar os ajustes que precisam ser feitos em todos esses cenários. E ter essa resposta alivia um pouco, relaxa a mente, pois você já estará preparado para o pior. Qualquer um precisa se manter inspirado em momentos de crise e este é um exercício que precisa ser feito diariamente! A dica é pensar “daqui cinco anos, como vou querer me lembrar que passei por esta crise? Compreender que isso é um chamado de que algo precisa ser feito, talvez tenha sido a maior lição de 2020”
Maurício Feldman, CEO da Volanty
“Neste ano, tivemos muitos desafios e, consequentemente, muitos aprendizados.Inovar no segmento de compra e venda de carros no Brasil é bastante desafiador e, com a pandemia tivemos uma aceleração do mercado em relação a digitalização, comprar carro online e recebê-lo em casa é uma realidade agora. Nossos investimentos em gestão de pessoas, tecnologia e experiência do cliente nos fizeram oferecer a melhor experiência na compra e venda de seminovos em 2020. Desenvolvendo, atualizando e otimizando nossos serviços fizemos com que o cliente se sentisse seguro em um momento de tantas incertezas.”
Juliano Primavesi, CEO da KingHost
“Com o cenário atual da pandemia, passamos por momentos de aprendizado acelerado e adaptações sem afetar o trabalho e bem estar dos colaboradores. A nossa cultura é baseada em manter as pessoas no centro, com isso, aprendemos sobre a importância de liderar pelo exemplo, priorizando formatos de colaboração, trabalhando com ciclos curtos de avaliação-planejamento-ação e adaptando o que é preciso. Além disso, percebemos como o digital se fortaleceu neste ano e abraçamos como tarefa ajudar pequenos empreendedores.”
Pedro Oliveira, cofundador da OutField Consulting
“A pandemia não é um agente de mudança e sim um acelerador para uma série de tendências e comportamentos pautados no universo digital. Por isso, empresas tiveram que mostrar grande capacidade de resiliência e adaptação, ouvindo seus clientes mais de perto e refletindo novas necessidades e oportunidades em seus modelos de negócios. Diante deste cenário, notamos que as empresas mais bem preparadas para capturar novas possibilidades cresceram mesmo em um cenário de dificuldades, por meio de tecnologias bem desenvolvidas, equipes bem estruturadas e por terem foco total no cliente e na resolução de problemas que adicionem valor para ele”
Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha
“2020 foi o ano em que aprendemos a importância da comunicação e das mudanças rápidas. Acredito que isso mostrou a importância de ter um time muito forte e poder confiar nas pessoas que estão trabalhando conosco, para que pudéssemos passar pelos problemas com um pouco mais de tranquilidade. Sem um time alinhado, forte e com muito propósito, acredito que as coisas teriam sido muito difíceis. Este ano fica de aprendizado para valorizar essas coisas boas e espero que o próximo ano seja melhor para todos.”
Marcos Machuca, Fundador e CEO da FolhaCerta
“Subitamente, nossa jornada de mais de 12 horas diárias de trabalho, para colocar a startup de pé, foi migrada para dentro de casa. Junto com as dificuldades do Home Office também surgiram coisas maravilhosas. De uma lado, foi difícil encontrar silêncio para uma reunião ou internet estável para videochamadas. Por outro lado, foi incrível reaprender a conversar com meu filho de 10 anos e ler com a minha filhinha de 8 anos antes de dormir. Sentimos falta de muitas coisas, mas nos tornamos mais unidos e estamos muito felizes.E a startup continuou crescendo forte durante a Pandemia e vai muito bem”
Tarik Potthoff, CEO da Pmweb
“Aprendi que é importante estar sempre preparado. Assim como muitos líderes da minha geração, neste ano, enfrentei minha primeira grande crise à frente de uma empresa. Aprendi que é fundamental que as empresas tenham uma reserva no caixa para usar em casos de emergências. Acredito que estar preparado financeiramente e manter a tranquilidade para entender o cenário foi essencial para desenhar as perspectivas e tomar as melhores decisões ao longo deste ano desafiador”.
Alex Frachetta, fundador e CEO do Apto
“O empreendedor tende a ser uma pessoa otimista por natureza. Eu sou assim, mas agora estou procurando ser mais crítico para chegar em um cenário o mais realista possível e ter planejamentos mais factíveis. O Covid-19 não durou 3 meses como eu esperava (ao olhar para a China) e nossos planejamentos financeiros não contemplavam um Plano C (mais negativo), que já criamos para 2021”, analisa Alex Frachetta. O executivo também acredita que são nos anos de crise que soluções novas e criativas acontecem para reinventar o mercado.
Eduardo Parente, sócio-fundador e CEO da Lys
“Com a chegada da pandemia, passamos a ficar mais em casa e participar de processos que anteriormente não eram possíveis, seja no âmbito pessoal e profissional. A Lys, como muitas Edtechs, já vinha crescendo durante os anos de 2019 e início de 2020. Porém, com o COVID-19, nossa demanda por treinamentos via WhatsApp aumentou, e tivemos que ampliar equipes, desenvolver processos e produtos, todos em home office. Profissionalmente, o maior aprendizado foi a importância de confiar na equipe para conseguirmos delegar e dar autonomia sem estar próximo”.
Livia Rigueiral, Cofundadora e CEO do Homer
“2020 foi sinônimo de ressignificação e de reflexão. Passamos a valorizar muito mais os momentos com aqueles que amamos, e a voltar todos os olhares ao lado humano. Como empreendedora, percebi tamanhos foram os desafios neste ano, mas também como eles foram importantes para trabalharmos ainda mais nossa empatia, que nos permitiu ver como cada um está encarando este momento – de formas diferentes, mas sempre dando seu melhor. Pensar no próximo e em soluções para suas dores se tornou algo ainda mais forte dentro da cultura do Homer, para nos mantermos unidos e motivados a seguir em frente.”
André Brunetta, CEO do Zul+
“Um dos principais pontos que vamos levar como aprendizado de 2020 é o novo modelo de trabalho. Mesmo com a distância, nosso time sempre se manteve focado em implantar melhorias no aplicativo. Nesses últimos nove meses, fomos capazes de desenvolver pilares importantíssimos que simplificaram ainda mais a vida do motorista durante a pandemia, como o pagamento de combustível, consulta de revisão, seguro auto e alerta de rodízio”, afirma André Brunetta, CEO do Zul+, principal AutoTech da América Latina.
Francisco Carlos, CEO do Mundo RH
“2020 nos revelou o quanto a nossa capacidade de se reinventar é desafiadora e possível em momentos de tantas angústias encontradas pela humanidade neste ano tão tenso e intenso ao mesmo tempo. Aqui no Mundo RH entendemos logo de início de que se tratava de uma fase longa de respeito ao distanciamento, mas como veículo de comunicação, apostamos sempre na busca pela disseminação de conteúdos capazes de ir ao encontro do nosso público. Por meio de posts atualizados diariamente no portal de notícias e a criação de um podcast, conseguimos manter o nosso foco de levar informação e conhecimento para milhares de profissionais que buscavam aprender uns com os outros novos caminhos de se fazer gestão de pessoas e realizar bons negócios. Felizmente nossos patrocinadores logo entenderam a mensagem, e continuaram como sempre acreditando no nosso trabalho”.
Guilherme Berardo, cofundador e CEO da Sami
“Comunicação! Este foi um dos grandes aprendizados que 2020 trouxe para mim e para a Sami. As organizações e os líderes que pretendem ser bem-sucedidos precisam focar no aprimoramento constante da capacidade de se comunicar, e o trabalho remoto imposto pela pandemia tornou isso ainda mais urgente. É preciso se comunicar com transparência, consistência e coesão para colaboradores e clientes que estão com você, e sobretudo ouvir o que eles têm a dizer com muita humildade”, comenta Guilherme Berardo, cofundador e CEO da Sami, operadora de planos de saúde.
Vanderlei Rigatieri – CEO da WDC Networks
“2020 colocou à prova tudo o que um CEO tinha de recursos gerenciais para suportar o fechamento dos escritórios e não entrar em pânico com a brutal mudança que a situação impôs. Mas uma das principais lições reforçadas para mim foi que é preciso sempre criar modelos resilientes de negócio, que possam agregar valor ao cliente na bonança e na crise, e que é essencial estar alerta ao que pode dar errado, a como se proteger, e ter um time de pessoas engajadas. Tudo isso fez o nosso negócio crescer mais de 35% nesta pandemia.”
Olavo Cabral Netto, CEO da Listo
“Que 2020 tem sido um ano difícil, não é novidade, mas penso que o mais importante é focar nos aprendizados que isso nos trouxe. Normalmente, uma startup está sempre pensando em inovação a longo prazo, mas durante a pandemia tivemos diversas situações em que a gestão estratégica a longo prazo simplesmente não se aplica. Um aprendizado que fica pra mim nessa pandemia, parafraseando um valor da Listo, é #CadaMinutoImporta: de um lado, ter controles financeiros e operacionais em tempo real ajuda a medir os impactos imediatos da crise no negócio; de outro lado, passar a visão institucional transparente e atualizada com uma comunicação rápida e clara para todos os colaboradores e clientes, gera maior engajamento”, analisa Olavo Cabral Netto, CEO da fintech Listo.