Cidade das startups acolhe profissionais de diversos países que buscam desenvolver suas carreiras
Berlim é a cidade das startups. Por lá, as equipes são geralmente internacionais – formadas por funcionários de diversas nacionalidades que são responsáveis pela atuação da empresa em diferentes países. Mas como conseguir um lugar nesse mercado sendo brasileiro? A Babbel, uma das empresas mais famosas da cena tech de Berlim, dá 3 dicas essenciais.
- Há vagas para brasileiros, sim. Mas onde encontrar?
O Berlin Startup Jobs é um site que reúne vagas de trabalho em várias start-ups da capital alemã. Frequentemente surgem posições específicas para falantes de português do Brasil.
Outra opção é ficar de olho nos sites das empresas que trabalham com o mercado brasileiro. O aplicativo de idiomas Babbel é um deles. A empresa foi fundada na capital alemã há dez anos e, hoje, possui 450 funcionários de 39 nacionalidades nos escritórios de Berlim e Nova Iorque. Na sede berlinense, 12 profissionais brasileiros tornam possível o ensino de 14 idiomas a partir do português brasileiro, além de produzirem conteúdos e criarem campanhas adaptadas para o país. Outras empresas internacionais em Berlim são: Soundcloud (música), Deezer (música), Airbnb (viagem), Get Your Guide (viagem), Native Instruments (música), Raumlabor (arquitetura), Razorfish (publicidade).
- Eu não falo alemão. E agora?
Falar alemão é importante sim. Principalmente para alugar apartamento e resolver burocracias, como plano de saúde e questões de visto. Os Dienstleister (prestadores de serviços de nível técnico, como encanadores, recepcionistas e profissionais de enfermagem) e os funcionários do Ausländerbehörde (escritório de imigração) muitas vezes não falam inglês – o que pode tornar a vida de qualquer estrangeiro um inferno.
No Brasil, escolas de alemão são mais caras do que as de inglês. No entanto, se o curso tradicional não couber no orçamento, a Babbel é uma alternativa. O aplicativo oferece cursos on-line de alemão elaborados especialmente para brasileiros e acessíveis tanto a partir do PC quanto do smartphone. Além disso, o app é o único feito por linguistas e educadores.
Para trabalhar em uma start-up, o inglês ainda é o idioma mais importante. Contudo, o alemão é um diferencial até mesmo quando se trata de vaga para brasileiros. “Falar inglês é essencial. Mas o curioso é que, no fim das contas, o meu diferencial foi falar português e conhecer o mercado brasileiro”, conta Thiago Azevedo, 40 anos, CRM Manager da Babbel. “Muitas start-ups em Berlim estão tentando entrar nesse mercado. Assim, profissionais de Marketing que falam português acabam conseguindo bons empregos por aqui”.
- E quanto ao visto?
Provavelmente as entrevistas serão todas on-line e conduzidas enquanto você ainda estiver no Brasil. Isso porque os brasileiros devem tirar o visto de trabalho na Embaixada da Alemanha no Brasil antes de viajar. Resumindo, nem tente ir para Berlim primeiro para depois procurar trabalho.
A AIESEC (Association Internationale des Étudiants en Sciences Économiques et Commerciales) é uma alternativa para estudantes e recém-formados. A gaúcha Thaís Brizolara, 30 anos, foi para Berlim em 2013 fazer um estágio pela associação. Na época, ela fazia pós-graduação em Marketing e trabalhava como Headcount da Dell.
Durante o estágio (limitado a 12 meses), ela aproveitou para procurar outras vagas em Berlim: “Comecei a fazer buscas no Linkedin e em sites sobre vagas em start-ups. Depois de 6 meses, fui contratada pela empresa onde ainda trabalho. Hoje, sou Senior Account Manager na Glispa”.