O líder do futuro é humanizado, se preocupa com o bem-estar, desempenho, satisfação e saúde de seus funcionários
Por Thiago Gomes, CEO da Smartleader
Na pesquisa Carreira dos Sonhos, divulgada no começo deste ano pela Cia de Talentos, 34% dos jovens concordaram que a organização na qual trabalham tem um ambiente inclusivo e diverso, contra 39% das pessoas em cargos de alta liderança. Esses dados levam a uma reflexão importante: os líderes atuais estão engajados nas questões de diversidade? Em um mercado de trabalho que está em constante evolução, e que cada vez mais valoriza minorias, os líderes do futuro precisam aproveitar bem a diversidade, aliando-a aos objetivos da empresa.
O líder do futuro é humanizado, se preocupa com o bem-estar, desempenho, satisfação e saúde de seus funcionários. Ele exercita a empatia, porque as suas habilidades devem ir além da estratégia do negócio, elas também precisam acolher os profissionais e mostrar que o trabalho que cada um desenvolve, é essencial.
Esse profissional aproxima as pessoas que se afastaram durante a pandemia, por meio da escuta ativa e da comunicação mais clara. Diante das informações apresentadas, existem algumas dicas que podem te ajudar a trilhar o seu caminho como líder do futuro, são elas:
Tenha empatia
De uns anos para cá, a palavra “empatia” vem sendo muito utilizada, mas é preciso entender como, de fato, ela se aplica no mundo corporativo. Ser empático é uma nova soft skill, muito requisitada, que pede que um se coloque no lugar do outro.
Para o líder do futuro, a empatia entra na maneira que se dá um feedback, e se disponibilizando para receber um, no alinhamento de expectativas – cobrando do outro apenas o que ele pode entregar, abrindo espaço para discussões, pensando nos objetivos profissionais do próximo e direcionando-os para que eles atinjam suas metas.
Valorize a diversidade
A diversidade é o tema do momento e do futuro, e virou um fator muito positivo para o desenvolvimento da empresa. É papel do líder do futuro valorizar esses talentos.
Um processo que a liderança pode seguir para mostrar a importância das diferenças é: reconhecer – entender o que foi feito e o que cada um abdicou para atingir aquele resultado; valorizar – elogiar o trabalho realizado, para mostrar que todos têm visibilidade; e capacitar – oferecer cursos, treinamentos e workshops que ajudem os funcionários a desenvolver mais habilidades.
A liderança do futuro precisa abrir seu pensamento, entendendo que quanto mais diversidade, melhor, e deve passar esse mindset para o resto da equipe. Uma maneira de levar essa conscientização para as equipes é por meio da criação de campanhas, em conjunto com o RH, que ajudem na prevenção de preconceitos, incentivando os funcionários a serem mais empáticos.
Acompanhe a tecnologia
Vivemos na era tecnológica, com aparelhos móveis avançados e diversas ferramentas, como os wearables (tecnologias vestíveis, como, por exemplo, os relógios inteligentes e óculos de realidade virtual) que já fazem parte da nossa rotina, mas a cada dia, esses dispositivos evoluem mais. O líder do futuro precisa estar inteirado das tecnologias, e esse universo precisa ser intrínseco à vida profissional e pessoal dele, agindo como aliado e garantindo mais produtividade.
Li estes dias uma pesquisa da Liga Insights, em parceria com a Gupy, que mostra que 49% das empresas com mais de 10 mil funcionários têm o tema “inovação” inserido em sua estratégia de negócios. Plataformas de gestão de pessoas também devem se tornar uma forma de tecnologia e inovação muito utilizada por líderes do futuro, uma vez que facilitam a visualização de dados e resultados, melhorando os feedbacks e alinhando as próximas metas. No entanto, nesse contexto surge um impasse que separa a liderança do futuro e do passado: o líder que foca na parte negativa dos dados, reduzindo seus funcionários a eles, está ultrapassado.
Os dados disponíveis sobre o rendimento dos funcionários podem servir para o desenvolvimento de um feedback construtivo, mas também pode limitar a pessoa a seus resultados. A liderança do futuro deve ter um olhar empático sobre os dados, sem focar ou ignorar os números, mas usá-los a favor do crescimento pessoal e profissional de cada um.
Acredito que esse profissional deve acompanhar as mudanças do mercado de trabalho, focando em seu autodesenvolvimento – estudar temas relevantes e conhecer as novidades do seu segmento, atentar-se aos trending topics, se livrar de preconceitos e manter a mente aberta – para lidar com pessoas de diferentes grupos e realidades, treinar a comunicação – tanto a escuta ativa, quanto o desenvolvimento da oratória, e ser mais empático.
O RH também tem seu papel na criação de líderes do futuro, principalmente no desenvolvimento das habilidades anteriormente citadas, em contratações voltadas para as minorias, se serão criadas cotas e como abordar a diversidade em processos seletivos – preparando perguntas que possam identificar comportamentos que vão contra os ideais da empresa.
O processo de criação de líderes do futuro é muito lento – a desconstrução de preconceitos, a escuta ativa e a valorização da diversidade, são fatores que têm um desenvolvimento demorado. Por isso, comece com pequenas mudanças e exercite essa liderança mais saudável em você mesmo diariamente.