Trabalho remoto para todos que podiam e decisões diárias para preservação dos negócios e da economia, após a garantia do mais importante: as vidas das pessoas.
365 dias se passaram. Muitas idas e vindas e novas variáveis em termos de cenários econômico, político, médico, social e corporativo.
A saúde física, que depende da emocional e é afetada pela social, impacta a saúde financeira e a intelectual. Um cenário de fragilidade e ansiedade!
Foi triste precisarmos de uma pandemia para mudar nossa maneira de trabalhar e pensar.
Aprendemos o que mais importa: a saúde integral de todos tem que vir em primeiro lugar. E, para isso, a melhor contribuição das organizações, cujos modelos de negócios permitiram, foi colocar em trabalho remoto o maior número possível de colaboradores.
Hoje milhões de colaboradores mundo afora trabalham em casa ou em qualquer outro local – algo antes impensável.
Todas as pesquisas apontam que os modelos híbridos devem vigorar no pós-pandemia: nele devemos encontrar o equilíbrio entre o escritório e o trabalho remoto.
Este equilíbrio visa capturar os ganhos da flexibilidade e do não deslocamento em uma parte da semana com os ganhos da interatividade e colaboração “olho-no-olho”, tão importantes na disseminação de valores e desenvolvimento da cultura organizacional.
Enquanto a pandemia não acaba, não devemos nos esquecer que home based office (o modelo em que a maioria vive atualmente) não é o mesmo que home office em tempos normais, sem distanciamento social. Por isso, precisamos:
- Equilibrar as horas de trabalho e as de descanso: com fomento de uma melhor gestão da carga horária de trabalho (incluindo momentos de pausa) e aumento do autocuidado. Em especial, para as mulheres, que, segundo pesquisas, continuam com cargas horárias desproporcionais em relação aos homens devido aos cuidados com a casa e/ou os filhos. Vale pensar em políticas mais flexíveis e espaços de acolhimento específicos.
- Fortalecer os gestores para a gestão remota e a gestão híbrida: sem micro gestão e real preocupação com as pessoas, com cadência e profundidade.
- Acelerar a adoção dos modelos ágeis de gestão: para que definitivamente não apliquemos mais o modelo “PCC – Planejamento, Comando e Controle”, que até serve para ambientes conhecidos ou de baixa complexidade, mas não serve em ambientes complexos ou até caóticos em que muitos vivemos.
Enfim, aprendemos que o trabalho remoto não era um inimigo da produtividade, mas ainda precisamos aprender, de forma ampla, como transformá-lo em um amigo da qualidade de vida.
Dado que a pandemia não tem um fim logo à vista, este tema precisa continuar em nossa pauta.
Por Bia Nóbrega, executiva de Gente, Gestão e Experiência do Cliente no Digio, bantech do Banco do Brasil e do Bradesco no lado A (Exploit). No lado B, é mentora, palestrante, coach, conselheira, professora de MBA e escritora. Seu propósito é desenvolver pessoas e empresas para que realizem ao máximo seu potencial e deixem a maior contribuição com a humanidade possível. Assim como ela própria busca fazer, a cada dia, todos os dias.