Para combater a discriminação, é essencial estabelecer políticas de tolerância zero ao preconceito e promover programas de treinamento contínuos para todos os envolvidos.
Marcello Amaro – CHRO da fintech Portão 3, uma plataforma de gestão de despesas e viagens corporativas para mais de 800 empresas da América Latina.
Em pleno ano de 2024, não é mais novidade para ninguém que a diversidade e a inclusão no ambiente de trabalho são essenciais para o sucesso e a inovação nos negócios. No entanto, uma estatística alarmante da empresa de recrutamento Randstad revela que 41% das pessoas LGBTQIAPN+ já enfrentaram preconceito ao longe de suas carreiras e 28% dizem que que a discriminação no mundo corporativo aumentou. Estes números enfatizam a necessidade urgente de medidas eficazes para criar um ambiente verdadeiramente inclusivo e equitativo.
Em pleno Mês do Orgulho, não podemos nos esquecer que essas empresas que não promovem DE&I enfrentam dificuldades na retenção de talentos. Diante disso, combater o preconceito é essencial não apenas para o bem-estar dos trabalhadores, mas também para a saúde financeira e reputacional da empresa.
Para mitigar essa discriminação, é necessário, em primeiro lugar, implementar políticas claras de tolerância zero quando o assunto é preconceito e promover programas e treinamento contínuo para todos. Esses projetos devem educar sobre a importância da diversidade e as consequências da discriminação, criando uma cultura de respeito e inclusão.
De acordo com uma pesquisa da empresa Center for Talent Innovation, divulgada pela Catho, 33% das organizações existentes no Brasil não contratariam pessoas LGBTQIAP+ para cargos de chefia. Com dados tão alarmantes, fica claro a necessidade de que haja representatividade em todos as áreas e funções, especialmente nas lideranças, pois assim haverá, de fato, comprometimento com a igualdade e a inclusão, servindo de exemplo para toda a organização e até mesmo para fora dela.
As empresas também devem fornecer canais seguros e confidenciais para que os trabalhadores LGBTQIAPN+ possam denunciar discriminação sem medo de retaliação. A criação de grupos de afinidade e redes de apoio dentro da empresa pode oferecer um espaço seguro para que essas pessoas consigam se conectar e compartilhar suas experiências e, consequentemente, se fortalecer.
Enfrentar a discriminação e o preconceito no mundo corporativo é, de fato, uma responsabilidade que todas as empresas devem assumir. A criação de um ambiente inclusivo e respeitoso não só beneficia os colaboradores que fazem parte da comunidade, mas também melhora o desempenho geral e a reputação da organização. Para muito além do mês de junho, devemos trabalhar juntos para garantir que todos, independentemente de sua orientação sexual, possam ser autênticos e valorizados em seus locais de trabalho.