Estudo produzido pelo ACI Institute revela também que 47% das organizações adotam um código de boas práticas de Governança Corporativa
De acordo com a 11ª edição do estudo A Governança Corporativa e o Mercado de Capitais, o mais frequente comitê de assessoramento ao Conselho de Administração continua sendo o Comitê de Auditoria, existente em 109 empresas (eram 106 no ano anterior), seguido pelo Comitê de Recursos Humanos, existente em 60 empresas. O Estudo é realizado pelo ACI Institute e o Board Leadership Center, iniciativas da KPMG, e analisa 223 companhias em níveis diferenciados de governança corporativa: Novo Mercado, Nível 2, Nível 1 e Básico (antigo Tradicional).
“É notória a importância do Comitê de Auditoria, visto que o processo de supervisão garante a integridade dos controles internos e a efetividade do gerenciamento de riscos e do compliance das companhias. Não à toa está presente em parcela significativa das companhias e sua obrigatoriedade, no formato de comitê de auditoria estatutário está sendo discutida pela BM&FBovespa junto ao mercado para as companhias listadas no Novo Mercado e Nível 2. O mercado brasileiro está cada vez mais exigente e é preciso manter o foco na transparência para obter êxito”, comenta o sócio da KPMG no Brasil e líder do ACI Institute, Sidney Ito.
O estudo mostra, também, que 60% da composição do Conselho de Administração é formada por conselheiros externos, 30% por conselheiros independentes e 10% de executivos. Estes índices estão bastante alinhados às recomendações do Código Brasileiro de Governança Corporativa, documento lançado em 2016 que unifica princípios e práticas de governança corporativa. Ainda sobre os dados coletados no Estudo, 31% dos membros do conselho de administração foram indicados pelos acionistas minoritários.
Outro dado que consta no levantamento é que um código de boas práticas de Governança Corporativa é adotado por 47% das empresas analisadas. Dentre elas, o índice mais alto está no Nível 1 com 67%, seguida pelo Novo Mercado (51%), Nível 2 (48%) e Básico (18%).
“No atual cenário brasileiro, podemos avaliar as boas práticas de governança como vantagem competitiva. O crescente foco na qualidade além das informações financeiras tem abrangido a efetividade dos controles internos, do gerenciamento de riscos, do compliance e a interação da administração com os auditores independentes. Estes fatores tornam as companhias mais estruturadas e sustentáveis, o que evidencia para o mercado a responsabilidade e credibilidade da empresa”, afirma Ito.
Outros destaques do Estudo :
– 50% das empresas informam haver relações familiares no Conselho de Administração;
– 6,4% é a porcentagem média de mulheres no Conselho de Administração;
– 73% possuem política de gerenciamento de riscos, ou justificam sua inexistência;
– 60% das empresas apresentam conselho fiscal instalado, sendo que 28% atuam de forma permanente.
Sobre estudo
A 11ª edição do Estudo de Governança Corporativa e o Mercado de Capitais tem como base 223 Formulários de Referência das principais empresas abertas brasileiras listadas nos níveis diferenciados de governança da BM&FBovespa: Novo Mercado (124 empresas), Nível 2 (21 empresas), Nível 1 (28 empresas) e as 50 maiores do nível Básico (antigo Tradicional).