Educador financeiro ensina a aproveitar o dinheiro com planejamento e segurança.
A chegada do 13º salário é um dos momentos mais aguardados pelos brasileiros, especialmente no fim do ano. Para trabalhadores com carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores públicos, esse benefício representa uma oportunidade de aliviar pendências financeiras, planejar o início do ano ou até investir em metas de longo prazo.
De acordo com a legislação, a primeira parcela do 13º deve ser paga até 30 de novembro (este ano, em um sábado), enquanto a segunda parcela será depositada em dezembro. Algumas empresas também optam pelo pagamento em parcela única, embora essa prática seja menos comum.
Segundo o educador financeiro João Victorino, a chave para usar o 13º salário de forma eficiente está no planejamento. “Esse dinheiro é muito esperado, mas não pode ser tratado como um salvador da pátria. O ideal é criar um plano financeiro, priorizando dívidas, economias e até investimentos que gerem benefícios a médio e longo prazo”, orienta.
Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que, em 2023, cerca de 87,7 milhões de brasileiros receberam o 13º, com um valor médio de R$ 3.057. Em 2024, espera-se que o aumento do salário mínimo e a menor taxa de desemprego ampliem esse valor.
Como usar o 13º salário: 5 dicas práticas
1. Construa uma reserva de emergência
Se você ainda não tem um fundo para imprevistos, o 13º pode ser o ponto de partida. Reserve uma quantia para situações inesperadas, como perda de emprego, emergências de saúde ou despesas extras. O ideal é acumular um valor equivalente a 6 a 12 meses de despesas essenciais.
2. Invista no futuro
Caso já tenha uma reserva de emergência, pense em investimentos de médio e longo prazo. Com a taxa Selic em alta, opções de renda fixa, como CDBs, LCIs/LCAs ou Títulos do Tesouro Direto, oferecem boa rentabilidade com baixo risco.
3. Quite dívidas com juros altos
Se você tem dívidas no cartão de crédito ou cheque especial, priorize quitá-las. Esses encargos têm juros elevados que crescem rapidamente, comprometendo sua saúde financeira. Usar o 13º para eliminar essas dívidas pode aliviar o orçamento e evitar novos custos desnecessários.
4. Planeje as despesas de início de ano
Janeiro é um mês pesado para o bolso, com gastos como IPVA, IPTU, material escolar e matrículas escolares. Reservar parte do 13º para essas despesas ajuda a começar o ano sem contrair dívidas.
5. Controle os gastos de final de ano
Confraternizações, presentes e viagens são comuns no fim do ano, mas podem extrapolar o orçamento. Defina um limite para esses gastos e mantenha o equilíbrio financeiro enquanto aproveita as festividades de forma responsável.
Transforme o 13º em um passo adiante
Para o educador financeiro, o 13º deve ser visto como uma ferramenta para ganho real na organização financeira. “Não se trata apenas de aliviar as contas no momento, mas de usar esse dinheiro para criar estabilidade e alcançar metas de longo prazo”, destaca João Victorino.
Ao aplicar essas estratégias, é possível transformar o 13º em um aliado para a construção de um futuro mais tranquilo e equilibrado. Afinal, o planejamento financeiro é o maior presente que você pode dar a si mesmo.