Mais velhos, mais experientes, mais flexíveis possivelmente. Nenhum de nós ficará mais jovem, isso é certo! Portanto, o único preconceito universal é o da idade.
O preconceito alimenta-se da negação, da relutância em reconhecer que eu me tornarei essa pessoa mais velha.
Não está tudo bem quando excluímos pessoas dos processos seletivos devido sua etnia, ou gênero ou pela sua orientação sexual, assim como também não é aceitável excluir pessoas pela sua idade. Essas atitudes nos colocam uns contra os outros.
O mundo corporativo é um reflexo da nossa sociedade, a discriminação e os estereótipos baseados na idade também são ideias construídas socialmente. Isso significa que nós criamos esses construtos, portanto podemos mudá-los.
Mudar a cultura é uma tarefa difícil, mas a cultura é adaptável. Quanto mais demorarmos para contestar essa ideia, mais danos causaremos a nós mesmos e ao nosso lugar no mundo. Confrontar e reconhecer o etarismo é necessário.
O encontro de gerações enriquece o debate e torna o ambiente verdadeiramente inclusivo.
Todos podemos ser relevantes para as organizações, mas é preciso parar de olhar aspectos que não estão relacionados às entregas das pessoas.
Esse estreitamento de visão de que os 50+ são ultrapassados ou não podem ser digital como o jovem é tão cafona quanto discriminar por outras razões completamente irracionais.
E o mais contraditório é que algumas empresas cobram que o jovem profissional seja resiliente, flexível e tenha maturidade. Vamos exigir o que cada um tem para dar em seu momento profissional para assim transformar o mundo corporativo em um lugar seguro para se desenvolver negócios e pessoas.
Para que possamos causar transformação nas empresas e na sociedade precisamos compartilhar de visões de mundo diversas.
A experiência precisa estar conectada ao mundo atual, os 50+ podem e devem se manter atualizados, conectados e dispostos a aprender com os jovens. Essa troca de experiência, raciocínio fluído dos jovens com raciocínio consolidado dos mais velhos, trabalhando juntos em harmonia para gerar valor para as empresas e seus negócios é um grande diferencial.
Muitas empresas já estão seniorizando seus times porque entenderam que tecnologia, inovação e digitalização não se sustentam sem times diversos.
O IBGE estimava que fôssemos chegar a 30 milhões de idosos em 2025 e chegamos em 2018, porque a população está envelhecendo, vivendo mais e tendo menos filhos. A força de trabalho e o mercado consumidor também está envelhecendo.
E como eu mencionei mais acima, o comportamento organizacional é um reflexo do comportamento social. As empresas que se mantiverem na contramão desse movimento sofrerão consequências em seus negócios. A longevidade é uma característica fundamental do progresso humano. Se não excluirmos a discriminação etária dos processos seletivos, todos seremos oprimidos, os atuais 50+ e os futuros 50+. A longevidade veio para ficar!
Por Rode Ziembick – Chief People Officer na Lendico