Restrições no orçamento é o principal obstáculo para o avanço da área de segurança da informação dentro das organizações
Mais de metade das empresas brasileiras não está preparada para lidar com ameaças cibernéticas, é o que indica a nova edição do Global Information Security Survey (GISS), estudo anual da EY (Ernst & Young). A pesquisa, realizada com 1755 executivos C-level das áreas de Segurança da Informação e TI em 67 países, indicou que 63% das organizações nacionais não possuem programas para prevenir ameaças cibernéticas, enquanto 43% não têm um programa para identificação de vulnerabilidades e 45% não dispõem de nenhum tipo de programa para detecção de brechas.
Para 36% dos entrevistados, a área de TI de suas empresas demora em média até 1h para iniciar a investigação de um possível ciber incidente, enquanto 15% disseram que essa resposta pode levar mais de um dia.
Restrições no orçamento foram apontadas por 80% dos entrevistados como principal obstáculo para o avanço da área de segurança da informação dentro da organização. Segundo a pesquisa, 65% dos entrevistados brasileiros afirmam que os gastos de suas empresas com segurança da informação somam menos de US$1 milhão.
“Questões ligadas à segurança da informação e vazamento de dados das empresas são uma preocupação constante das companhias. Em especial em um cenário como o atual, de crescimento de uso de internet móvel e de soluções digitais, que deixa as instituições mais expostas a ataques externos e falhas internas, é importante investir em robustez e agilidade dos sistemas para identificar e combater problemas”, diz Sérgio Kogan, sócio de Consultoria em Cibersegurança da EY.
Resultados globais
Globalmente, quase 70% dos respondentes disseram que seu orçamento para segurança da informação deveria aumentar até 50% para atender às necessidades de suas empresas;
Segundo o levantamento, as principais fontes de ciberataque citadas foram: crime organizado (59%), hackers (54%) e terroristas (35%). A pesquisa ainda apontou que empresas também se sentem vulneráveis a ataques causados por funcionários (44%), e sistemas desatualizados (34%).
Global Information Security Survey 2015 – Destaques por setor | |||
Setor | Principais fontes de ciberataques | Prioridades na área de segurança da informação | % de empresas que não planejam mudar seu orçamento para segurança da informação nos próximos 12 meses |
Bens de consumo | Funcionários: 61%
Crime organizado: 52%
Prestadores externos: 43% | Continuidade dos negócios / recuperação de desastres: 59%
Prevenção no vazamento de dados / perda de dados:50%
Capacidades de resposta a incidentes: 40% | 38% |
Bancos e mercado de capitais
| Ciberataques para roubar informações financeiras: 21%
Malwares: 20%
Fraudes: 19% | Prevenção no vazamento de dados / perda de dados: 67%
Continuidade dos negócios / recuperação de desastres: 56%
Gestao de acesso de usuarios / identidades: 56% | 33% |
Energia | Segurança desatualizada: 20% Funcionários: 20% Malwares: 20% | Continuidade dos negócios / recuperação de desastres: 52%
Prevenção no vazamento de dados / perda de dados: 44%
Operações de segurança, tais como antivírus e encriptação: 43% | 33% |
Mais da metade dos respondentes afirmou que suas empresas ainda não possuem uma área dedicada para a análise de tecnologias emergentes e seus impactos nos negócios. Phishing foi considerada a principal ameaça aos negócios por 44% dos entrevistados, enquanto 43% consideram os malwares o maior desafio para o setor.
Quase 60% dos entrevistados disseram que a contribuição e o valor que área de segurança da informação proporciona à sua organização está comprometida pela falta de talentos qualificados disponíveis no mercado.