Acredito piamente que o caminho em busca de conhecimento nos transforma e nos inspira a sermos sempre melhor, e nessa minha jornada, me deparei com inúmeros livros que, pouco a pouco, transformaram o meu olhar e minhas referências, construindo o profissional e a pessoa que sou hoje. Entre eles, destaco neste artigo 07 títulos que trazem cases que alcançaram significativos impactos de negócios a partir de métodos ágeis e que me ensinaram importantes insights sobre temas tão relevantes como inovação e liderança. São eles:
Managing for Learning: Using the A3 management process to solve problems, gain agreement, mentor and lead, 2008, John Shook.
O autor John Shook apresenta um mentor que desafia seu aprendiz a muito além do que resolver um problema, entender a sua origem para que ele não volte a acontecer. Com suas orientações – e baseados nos diferentes pontos de vista apresentados por ambos – constroem juntos uma abordagem A3 para resolver a questão e mostra como o método ajuda a promover a melhoria contínua dos processos e a desenhar o planejamento estratégico das companhias. Atualmente, essa ferramenta tem papel fundamental na transformação digital, pois ajuda a construir e sustentar um formato de trabalho colaborativo com entrega ágil e foco no consumidor, promovendo a mudança do mindset da organização em relação aos problemas e auxiliando na implementação de uma operação verdadeiramente digital, capaz de gerar resultados positivos para o negócio.
The Lean Turnaround: How Business Leaders Use Lean Principles to Create Value and Transform Their Company, 2012, Art Byrne.
O autor Art Byrne, com 30 anos de experiência em Lean (filosofia de gestão com capacidade de transformar profundamente empresas de qualquer setor da economia) apresenta histórias e exemplos reais de empresas que utilizaram os princípios Lean para gestão de seus negócios e transformação das organizações. Para aplicar o Lean, as organizações tradicionais devem abandonar antigos modelos e usar novos métodos e tecnologias a seu favor. Com o avanço rápido do digital no mundo dos negócios, é urgente que as empresas tenham times capazes de pensar e desenvolver ofertas de alto valor para os clientes e que gerem impactos positivos para o negócio de forma rápida e contínua.
The Lean Startup: How Today’s Entrepreneurs Use Continuous Innovation to Create Radically Successful Businesses, 2011, Eric Ries.
Neste primeiro livro, o empreendedor e fundador do movimento Lean Startup, Eric Ries, utiliza seu fracasso como exemplo para apresentar uma nova abordagem empresarial de sucesso usando o Lean combinado com ideias de marketing, tecnologia e gestão para criar a inovação contínua e a construção de negócios rápidos e enxutos.
The Startup Way: How Modern Companies Use Entrepreneurial Management to Transform Culture and Drive Long-Term Growth, 2017, Eric Ries.
Na sequência de sua obra de esclarecimento do Lean, Eric Ries apresenta um manual para as empresas se transformarem e crescerem inspiradas nas estratégias de startups. Imprescindível para quem quer entender essa nova realidade.
As startups são empresas que já nascem digitais e focam as suas operações em ter flexibilidade e agilidade para descobrir e atender continuamente as reais necessidades e desejos dos clientes. Nesta nova era, o importante é colocar o poder nas mãos dos clientes, não mais focar no produto. No centro destas operações, de acordo com Ries, está a máxima “pense grande, comece pequeno e, depois, gere escala”. Para resolver as dores dos clientes é preciso gerar estratégias baseadas em hipóteses de como gerar valor e construir esse produto dentro do looping: measure > data > learn > ideas > build > product, ou seja, mensurar> dados> aprender> ideias> construir> produto
UnLearning: Let Go of Past Success to Achieve Extraordinary Results, 2018, Barry O’Reilly.
Com uma escrita leve que intercala histórias bem-humoradas e cases reais, Barry O’Reilly ensina os três passos para conseguir resultados extraordinários: desaprender, reaprender e quebrar novos hábitos. O livro tem um interessante link com o Lean, já que a metodologia tem como princípio fundamental a busca pela melhoria contínua, a quebra de velhos paradigmas e a absorção do novo. Ou seja, a obra mostra que é necessário incorporar o mindset de aprendizado contínuo, modificar práticas do dia a dia para, então, absorver novos modelos que permitam descobrir maneiras inovadoras de entregar valor para o consumidor e gerar impactos reais para o negócio.
Blitzscaling: The Lightning-Fast Path to Building Massively Valuable Companies, 2018, Reid Hoffman, Chris Yeh.
A partir desta leitura, pude me aprofundar no blitzscaling, ou seja, o conceito criado por Reid Hoffman, fundador do LinkedIn, para se referir a um processo pelo qual passam empresas que desejam alcançar escala global em pouco tempo. Na obra, Reid Hoffman e Chris Yeh formataram o conceito que reúne um conjunto de técnicas para crescer com a velocidade que os novos tempos exigem. Basicamente o livro aborda a tática de guerra alemã, “blitzkrieg” ou guerra-relâmpago, usada para destruir seus inimigos com ataques rápidos e inesperados. No mundo digital, agir rápido é essencial para não espaço para que a concorrência cresça. Na China, por exemplo, o mindset da maioria dos executivos é “estamos em guerra”, como os autores sugerem.
A velocidade é a palavra e ordem dos novos tempos e deve ser aplicada em todos os níveis da organização, principalmente no que tange a apresentar novos produtos e testá-los com os consumidores.
Measure what matters: How Google, Bono, and the Gates Foundation Rock the World with OKRs, 2018, John Doerr
John Doerr, famoso capitalista de risco, utiliza o exemplo das gigantes do mercado para ensinar como ser um profissional melhor para a sua empresa. Ótimo para visualizar os conceitos de Objectives and Key Results (OKRs), que ele criou em 1999, o método adotado pelo Google desde o início de suas operações e, cada vez mais, se faz presente nas organizações.
Sua aplicação vai de encontro a necessidade de agilidade e transformações rápidas que o ambiente digital pede. Planejamentos anuais? Isto não é mais efetivo na era da vulnerabilidade e as OKRs sugerem exatamente o contrário deste modelo tradicional de operação: planejar por períodos curtos de, preferencialmente, três meses, com 5 objetivos qualitativos (essas KPIs devem ser mais aspiracionais, ousadas e devem compor o objetivo máximo que a empresa está mirando em longo prazo). Para cada um desses objetivos, é importante definir 4 a 5 resultados chaves, que são quantitativos e devem ser mensuráveis. Para começar, a empresa deve reunir o seu time, estabelecer um horizonte trimestral e, à luz de seus objetivos como área e corporativos, realizar uma reflexão e discussão conjunta para definir os passos que devem ser dados e as metas a serem atingidas.
Esses livros, estou certo, vão te ajudar a ter mais insumos, mais opções de ferramentas para vencer os desafios de sua jornada como líder e agentes na construção do sucesso da sua empresa. Porém, devo dizer que mais do que simplesmente absorver a teoria, será necessário aplicar os aprendizados na prática, portanto, mãos à obra!
Por Marcelo Trevisani – Chief Marketing Officer (CMO)