Seguimos a metodologia da Great Place to Work (GPTW) para acompanhar a maturidade do grupo de líderes
Tiago Hayashida, Gerente Executivo de Gestão e Pessoas na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE
Desde que o autor e empreendedor norte-americano Chris Anderson publicou o seu artigo “The Long Tail” na revista Wired, no começo dos anos 2000, o conceito da Cauda Longa se tornou quase que onipresente no universo do marketing e da administração no mundo. A ideia de que os mercados de nicho seriam predominantes sobre as grandes commodities, ou, em outras palavras, de que os públicos iriam, cada vez mais, querer produtos especializados parecia certeira para uma época que se abria para as possibilidades da internet banda larga e para a supremacia das ferramentas de busca. O consumidor que se empodera passa a demandar soluções específicas para as suas necessidades individuais.
Essa interpretação demorou um pouco mais para ser absorvida pela visão interna das empresas e pelas áreas de Gestão de Pessoas. Porém, à medida em que avançamos em uma perspectiva dos colaboradores de uma organização como clientes, e que abraçamos a diversidade como valor e como causa das corporações, é preciso reconhecer que eles também são únicos e precisam de atenção personalizada. É uma daquelas obviedades que precisam ser ditas: pessoas diferentes passam por desafios diferentes e, portanto, merecem ações de desenvolvimento e serviços diferentes.
Na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, começamos esse trabalho de segmentação pelas lideranças. Queremos expandir a metodologia vigente em boa parte do mercado de RH, que trata de forma uniforme toda a base de gestores, a famosa solução one size fits all. Desta forma, temos avaliado caso a caso as necessidades de nosso grupo de gestores, de forma que, se uma pessoa possui uma bagagem X e lida com seu time de maneira Y, iremos levar em consideração as particularidades dessas variáveis, agrupar quem atua de maneira semelhante e produzir formações específicas para cada um desses grupos.
Trabalhos de coaching, mentoring, ou a capacitação direta em competências específicas têm sido utilizados como ferramentas. Através do acompanhamento próximo das business partners e dos gestores de RH, observamos os pontos fortes e as habilidades a serem desenvolvidas em cada líder da CCEE, em prol do nosso objetivo de considerar o desenvolvimento, o reconhecimento e a diversidade das pessoas.
Seguimos a metodologia da Great Place to Work (GPTW) para acompanhar a maturidade do grupo de líderes. Como se trata de uma referência de mercado internacional consideramos importante nos comparar com as empresas que são referência como empregadoras. Nosso objetivo é que as pessoas do nosso time de gestores tenham performance que se adeque ao que a consultoria considera que é o estágio ideal da gestão, aquela que trabalha para todas as pessoas do time, que é “For All”.
Segundo esse conceito, o líder “For All” está próximo de suas equipes, pedindo e incentivando sugestões e envolvendo-as nas decisões. Reconhece a importância de cada membro do time, destacando conquistas e ajudando em evolução de carreiras. Inspira competência, honestidade e confiança e pratica a inclusão e acolhimento a todo momento, colocando os valores da empresa em primeiro lugar.
Uma das nossas metas de longo prazo é construir uma cultura de colaboração, empreendedorismo e inovação com viés para o digital, sendo referência como empregadora no setor de energia, considerando o desenvolvimento, o reconhecimento e a diversidade das pessoas. Se conseguirmos que a maior parte do grupo seja de líderes “For All”, certamente atingiremos nossa meta.
Uma liderança inclusiva, acolhedora e que inspira o melhor de seu time deixa essas qualidades como legado para todas as pessoas sob sua gestão. Gera um efeito cascata que impacta positivamente a rotina do trabalho, os resultados da organização e, em última instância, toda a sociedade.