Celebrando conquistas e enfrentando desafios: A luta pela equidade de gênero no mercado de trabalho
Por Paula Esteves – Co CEO da Cia de Talentos
Todos os anos, o mês de março nos convida a celebrar as conquistas das mulheres nas mais diversas áreas, inclusive profissional. Sem dúvidas, existem muitos feitos a serem comemorados, entretanto, a luta ainda é necessária e há muito o que se fazer.
Um estudo recente conduzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que houve uma redução na disparidade salarial entre homens e mulheres (um ponto a celebrar), mas mesmo com esse avanço, homens ainda ganham até 51% a mais que mulheres (o que mostra que esse debate ainda é necessário).
Já o estudo realizado pela IBM, “Mulheres na liderança: por que a percepção supera os números – e o que fazer a respeito”, que contou com 2.500 pessoas de 12 países, incluindo o Brasil, aponta que a presença feminina em cargos de liderança ainda não recuperou os níveis anteriores à pandemia. Atualmente, somos 14% entre os cargos de vice-presidente sênior (o índice era de 18% em 2019) e 16% em cargos de vice-presidente no mundo (eram 19% em 2019).
Nossa história no mercado de trabalho ainda é feita de muitos “mas” e “entretanto”, então ainda transitaremos entre comemorações e novas batalhas. A busca por equidade de gênero é algo fundamental para a sociedade e extremamente valiosa para os negócios.
Na Cia de Talentos, trabalhamos proativamente em função dessa pauta, tanto internamente ao construirmos uma cultura inclusiva, quando externamente ao influenciar as organizações a tornarem seus processos seletivos mais plurais.
A diversidade de perfis e histórias promove ambientes de trabalho mais integradores, nos quais as equipes se sentem valorizadas e respeitadas. Essa pluralidade estimula a inovação e a criatividade, contribuindo para resultados financeiros mais sólidos nas empresas. – Segundo o relatório da McKinsey, de 2020, empresas que possuem maior diversidade em gênero entregaram resultados operacionais acima da média da indústria.
Construir uma cultura inclusiva envolve, em resumo, dois principais pontos:
- Fazer uma boa gestão de marca empregadora, pois não basta atrair, é preciso promover equidade e espaços justos;
- Apoiar as mulheres a reconhecerem seu valor, já que muitas delas ainda tendem a subestimar suas habilidades e influência. É preciso oferecer oportunidades práticas para que as líderes experimentem e apliquem novas habilidades e crenças.
Outra questão relevante para a conquista de equidade de gênero é a sororidade, conceito que ganhou destaque nos últimos anos e refere-se à empatia, solidariedade e apoio mútuo entre mulheres. Mentorias, celebrar as conquistas umas das outras e estar pronta para intervir e oferecer apoio quando necessário são algumas das maneiras de incorporar a sororidade em nossas vidas.
Sou uma pessoa privilegiada nesse aspecto; estou cercada de mulheres potentes, que me desafiam e me apoiam a ser uma líder melhor a cada dia, e faço questão de apoiar cada uma delas, para que também tenham clareza sobre suas potências e repliquem isso para mais mulheres.