Para os profissionais que buscam se qualificar, a boa notícia é que o acesso à educação em IA é mais democrático do que nunca.
Mateus Souza Borges – Diretor de Dados e AI na Bravium
A narrativa apocalíptica de que a inteligência artificial (IA) destruirá empregos em massa ignora um ponto importante: a tecnologia em si não é a ameaça, mas sim a incapacidade de adaptá-la ao cotidiano profissional. Não se trata de competir contra a IA, mas com ela. A verdadeira competição se dará entre aqueles que dominam essas ferramentas e aqueles que se recusam a aprendê-las.
Essa realidade é confirmada pelo “2024 Annual Work Trend Index” da Microsoft e LinkedIn. A pesquisa entrevistou mais de 31 mil pessoas em 31 países e revelou que 71% dos líderes preferem contratar profissionais com habilidades em IA, mesmo em detrimento da experiência tradicional na área. Ainda mais significativo: 66% afirmaram que não contratariam candidatos sem essas habilidades. A proficiência em IA tem se tornado tão fundamental quanto o domínio do pacote Office já foi – imagine tentar navegar no mercado de trabalho atual sem saber usar uma planilha. Pois, em breve, o mesmo ocorrerá com a IA e será impensável não utilizá-la.
Para os profissionais que buscam se qualificar, a boa notícia é que o acesso à educação em IA é mais democrático do que nunca. Plataformas como Coursera, Udacity, edX e LinkedIn Learning oferecem cursos de alta qualidade, muitos por instituições renomadas como Harvard, Stanford e MIT. O crescente interesse por qualificação em IA é evidente no aumento do consumo de conteúdo relacionado na plataforma LinkedIn Learning, por exemplo. Mas além da formação individual, é fundamental que empresas contem com parceiros que ofereçam soluções personalizadas para integrar a IA nos fluxos de trabalho e potencializar a produtividade e a inovação.
O Fórum Econômico Mundial estima que, até 2025, enquanto 85 milhões de empregos podem ser deslocados pela automação, 97 milhões de novas funções surgirão com a IA. Essa transformação já impulsiona a tendência do BYOAI (Bring Your Own AI – “Traga sua própria IA”), espelhando o BYOD (Bring Your Own Device). Profissionais, cientes da urgência em se adaptar, adotam ferramentas de IA independentemente de suas empresas, demonstrando proatividade e buscando se manter relevantes. A Gartner prevê que a gestão do BYOAI será um desafio crescente, obrigando empresas a evoluírem e navegarem nesse cenário com segurança e conformidade no uso de IA pelos colaboradores.
IA na prática como sua aliada
A mesma urgência que impulsiona os profissionais a adquirirem habilidades em IA também motiva as empresas a integrarem essas tecnologias em seus processos diários. No contexto do e-B2B, por exemplo, a capacidade de aplicar inteligência de dados para otimizar operações e melhorar a experiência do cliente não apenas fortalece a posição competitiva das empresas, mas também cria novas oportunidades de emprego e crescimento econômico. Assim, a adoção da IA não se limita a uma questão de sobrevivência no mercado de trabalho; ela se traduz em uma vantagem estratégica que pode transformar setores inteiros, impulsionando a inovação e a eficiência em escala global.
Quando falamos de soluções e-B2B, a inteligência de dados e IA mostram o potencial de transformar significativamente a forma como as empresas operam e interagem com seus clientes e parceiros. Ao integrar a IA em suas operações, as indústrias podem personalizar ofertas, prever demandas e gerencias estoques de maneira mais eficiente, além de fortalecer os relacionamentos com canais de distribuição e consumidores finais. Essa capacidade de análise avançada permite que as empresas não apenas respondam rapidamente às mudanças do mercado, mas também antecipem tendências, garantindo uma vantagem competitiva sustentável.
Com isso, fica claro que a revolução da IA não é uma ameaça, mas uma oportunidade. Adaptar-se não é apenas sobre manter o emprego; é sobre prosperar em um mercado de trabalho transformado. A McKinsey estima que a IA pode adicionar trilhões de dólares à economia global até 2030.
A escolha é clara: evoluir com a tecnologia ou ser deixado para trás.