Especialista alerta para o impacto da saúde mental nas organizações e reforça o papel fundamental dos líderes no desenvolvimento da inteligência emocional.
A liderança ainda é, muitas vezes, vista sob uma perspectiva técnica, onde o foco está em tomar decisões acertadas, delegar tarefas e alcançar resultados. No entanto, essa visão tradicional ignora um aspecto fundamental: a gestão emocional. Ser um bom líder não se resume à capacidade de tomar decisões rápidas e objetivas; é preciso também saber lidar com desafios, pressões e conflitos do dia a dia.
Para Leonardo Loureiro, especialista em educação empresarial e gestão emocional, a verdadeira liderança vai muito além da técnica.
“Liderar não é apenas gerenciar demandas, mas também ser capaz de lidar com as próprias emoções e as dos outros, principalmente em situações de pressão. O autoconhecimento, o controle emocional e a empatia são elementos essenciais para uma liderança que realmente inspire e engaje a equipe”, explica.
Segundo o especialista, líderes que não desenvolvem essas habilidades correm o risco de se tornarem autoritários ou instáveis, comprometendo o clima organizacional e os resultados da empresa.
Comunicação empática melhora o ambiente de trabalho
Loureiro também destaca que uma liderança emocionalmente equilibrada melhora significativamente a comunicação dentro das equipes.
“Quando o líder se comunica de forma clara e empática, cria um ambiente de confiança e colaboração — fatores fundamentais para o sucesso. A ausência dessa competência pode gerar mal-entendidos, frustrações e conflitos desnecessários”, afirma.
Menos estresse, mais produtividade
A gestão emocional tem impacto direto na redução do estresse — tanto para o líder quanto para os colaboradores. Em momentos de crise, um líder emocionalmente equilibrado é capaz de manter a calma e tomar decisões mais assertivas.
“Líderes que sabem lidar com suas emoções e reconhecem as emoções dos outros criam um ambiente mais saudável e produtivo, onde o estresse é controlado e não se torna um obstáculo constante”, ressalta o especialista.
Mapeamento de saúde mental é indispensável
Leonardo Loureiro defende que o mapeamento da saúde mental nas organizações é urgente e indispensável, especialmente diante do cenário atual do país. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2024 o Brasil registrou quase meio milhão de afastamentos por transtornos mentais — o maior número da última década. Foram 472.328 licenças médicas, um aumento de 68% em relação ao ano anterior.
“Mapear a saúde mental é essencial, mas de nada adianta se os próprios gestores não trabalharem suas emoções. Eles precisam ser os primeiros a desenvolver inteligência emocional para lidar com os desafios das equipes de forma saudável.”
Liderança com propósito
Para Loureiro, o papel do líder moderno não é ter todas as respostas, mas saber ouvir, entender e se adaptar.
“Quando o líder desenvolve o autoconhecimento e aprende a gerenciar suas emoções, ele melhora as relações com sua equipe e contribui para o sucesso sustentável da organização como um todo”, conclui.