As mulheres representam ainda uma parte relativamente pequena no setor de data centers, mas há projetos para que esse número cresça mais a cada dia
No setor de tecnologia, as mulheres estão em uma crescente, porém ainda há um longo caminho a ser percorrido e diversos desafios a serem vencidos, principalmente a quebra de estereótipo de gênero, já que ouvimos muitas vezes que as mulheres não estão aptas a trabalhar no setor. Mesmo o sexo feminino representando a maioria da população brasileira, com 52% segundo o IBGE. De acordo com a pesquisa feita em conjunto por PretaLab e ThoughtWorks, no setor de tecnologia, elas são apenas 30% da força de trabalho.
No relatório “O desafio das pessoas: previsão global de recrutamento de funcionários de datacenters 2021-2025”, o Uptime Institute estima que o número de colaboradores necessários para gerenciar os data centers ao redor do mundo crescerá para mais de 300 mil profissionais até 2025. Esses dados mostram que a indústria de data centers está em constante crescimento, oferecendo uma riqueza de oportunidades de emprego.
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As mulheres representam ainda uma parte relativamente pequena no setor de data centers, mas há projetos para que esse número cresça mais a cada dia. Programas que alinhem ações e valores corporativos visando proporcionar às mulheres ferramentas, recursos e oportunidades com os quais podem contar em seus trabalhos as ajudam em seu desenvolvimento na indústria de data centers.
Para o ano de 2022, uma pesquisa do Gartner aponta um aumento de 5% nas despesas mundiais com data center, chegando a U$ 226 bilhões. Porém, atualmente os profissionais especializados neste mercado não acompanham esta tendência. Uma alternativa para este desafio e para o aumento do número de mulheres na indústria é demonstrar para estudantes de cursos técnicos e universitários esta oportunidade de carreira. Fazendo com que esta área se torne mais amplamente conhecida pelo público em geral, demonstrando que existem chances de crescimento e reconhecimento, independente do gênero e aliados à um propósito de um futuro melhor.
Além de oportunidades para aumentar o número de mulheres, as empresas podem investir também em planos de carreira para elas, aliando o desafio da igualdade de gênero no setor e da representatividade de mulheres em sua liderança. Incentivar a governança feminina é fundamental para atrair ainda mais mulheres para dentro das empresas, aumentando sua inclusão e reduzindo os vieses inconscientes.
Ainda estamos longe do ideal no setor de tecnologia, já que segundo estudo realizado pela IT Mídia, em parceria com a PageGroup, de janeiro a março de 2022, apenas 12% dos cargos de liderança nas empresas de tecnologia no Brasil são ocupados por mulheres. Diante destes dados fica evidente a necessidade de se falar sobre liderança feminina dentro das organizações e incentivar mais programas de diversidade, equidade e inclusão.
Para que mulheres tenham mais aberturas no setor de tecnologia, as empresas podem investir em estratégias de diversidade e inclusão, como programas de capacitação de grupos minorizados e vagas afirmativas, por exemplo. Essas vagas dão oportunidade a grupos historicamente excluídos, como a população negra e indígena, mulheres, pessoas LGBTQIA+, de baixa renda e PcDs (Pessoas com Deficiência). Organizações que prezam por esses tipos de iniciativas de inclusão, incentivam um ambiente mais diverso de ideias, fortalecem uma cultura inclusiva e um ambiente de trabalho mais seguro.
Mesmo que ainda exista a disparidade no mercado de trabalho, a mulher mostra sua força e segue conquistando lugares de destaque no setor. Na história da tecnologia temos inúmeras mulheres que ocuparam papéis importantes ao criar componentes fundamentais para a evolução da área. Isso mostra o quanto nós podemos nos inspirar em outras mulheres do passado e mulheres líderes do setor no presente para influenciar jovens estudantes que sonham em ingressar neste setor e ocupar cargos de liderança e funções importantes dentro das companhias. Por isso, é importante investir em diversidade, programas de incentivo, cursos de capitação e no estímulo às mulheres na tecnologia.
Por Carolina Maestri – Diretora de ESG da ODATA