Fomos pegos pela crise da Covid-19 de maneira intensa e abrangente, tendo se tornado mais crítica quando ficou associada as questões econômicas e políticas.
Estamos exigidos a criar uma realidade partindo da revisão de valores, modelos, práticas e comportamentos necessários para enfrentar as mudanças e conseguir sobreviver.
A Resiliência, entendida como a capacidade de se adaptar ao novo sem perder a essência, é hoje o atributo mais importante para transitar e sair da crise.
A sociedade, empresa, família saem em busca de preservar seus ativos, seus espaços de produção, as oportunidades de ganho e encontrar soluções que lhes permitam sobreviver.
Como resultado, as pessoas ficam sujeitas a extrema pressão emocional e à necessidade de um rumo e de modelos para um novo normal.
Está aberto o cenário para uma transformação. Nela haverá o confronto entre propósitos, habilidades, conhecimentos úteis para construir uma nova realidade.
Quando este confronto é direcionado por frases “Pensar fora da caixa”, “Tenho que ser inovador”, “Preciso me inventar”, está se partindo de um pressuposto de que as experiências, conhecimentos e capacidades de ação podem não ser recursos úteis para o momento atual, correndo o risco de gerar stress, travar a ação e paralisar a implementação de novas soluções, pois a resiliência permite integrar os recursos disponíveis com os que terão que ser criados.
O caminho da resiliência se inicia com um processo de autoconhecimento e reafirmação do propósito, isto cria e aumenta a consciência de Valor, de uma marca, identidade, cultura nos indivíduos, grupos e sociedade. O aumento da consciência de Valor permite reafirmar valores, a fazer escolhas mais confiáveis e confiantes, identificar o que será protegido por ser Essencial.
Ser resiliente significa encontrar saídas novas e criativas para construção de uma nova realidade.
A leitura empática da realidade que elimina ideias preconcebidas, crenças rígidas e conclusões antecipadas, facilita ir ao cerne da dor dos envolvidos acolher e se comprometer com a busca da construção dos antídotos. Hoje as dores mais evidentes estão na escassez de recursos, na insegurança, depressão etc. Ter empatia com as necessidades e sentimentos dos outros, formam conjuntos solidários e colaborativos para benefícios de todos.
Qualquer antídoto deverá considerar a urgência e sustentabilidade da situação.
A resiliência se expressa na criatividade, na permanente curiosidade com o mecanismo para instigar novos pensamentos, descobrir novas abordagens, incrementar e transformar o que já fizemos e o que estamos fazendo e o que precisamos fazer.
O uso do arsenal de conhecimentos e experiencias individuais e coletivas permitirá reforçar a capacidade de construir e enfrentar o novo.
A resiliência não é um ato isolado, ela se realiza no coletivo. É preciso ouvir quem pensa e atua diferente, aceitar que na diversidade encontraremos opções, recursos e alternativas para construir novos conhecimentos, desenvolver novas soluções, novas visões e novos parâmetros para compreender e avaliar a realidade. Este fenômeno é chamado de fenômeno de inovação.
Benefícios e impactos da resiliência:
Empresas têm obtido de seus colaboradores a identificação de novas oportunidades de negócios, transformação das relações com sua cadeia de valor, contratos mais sustentáveis e duradouros, novo uso dos produtos existentes, novas soluções de serviços e maior engajamento e produtividade entre as equipes.
Para os indivíduos a experiência do home office foi um momento disruptivo nas formas de realizar o trabalho, conviver com a família e atender a suas necessidades mais íntimas e profundas, e ainda exige um processo de adaptação. Podemos identificar alguns benefícios como, o fortalecimento dos vínculos familiares, o melhor uso do tempo, e maior foco nos objetivos a serem atingidos.
No entanto 62% das pessoas declaram alto grau de ansiedade com este novo modelo. Se mantém o desafio da resiliência para uma plena adaptação ao novo em construção.
Os benefícios da prática da resiliência:
Maior consciência de Valor, maior segurança em relação aos meus recursos e capacidades, convicção dos meus valores e princípios, alianças e parcerias, produtivas e duradouras, criatividade e inovação para transformação dos contextos, aumento dos compromissos com as necessidades individuais e coletivas. Garantindo maior capacidade de realização dos objetivos e resultados.
Por Rosa Bernhoeft, especialista em gestão de líderes