À medida que a vacinação alcança um maior número de pessoas, mais perto estaremos de uma recuperação, almejando melhores dias para o setor de eventos, tão impactado pela pandemia. Um setor tão importante na geração de empregos do Brasil, com mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos, capaz de movimentar nossa economia com algo em torno de R$250 milhões de reais anuais e que percebeu uma perda de mais de R$90 bilhões ao longo de 2020, com cancelamento de mais de 350 mil eventos entre shows, concertos, festas públicas, festas corporativas, congressos, convenções e viagens relacionadas a esses eventos, segundo levantamento de estudos de órgãos do setor.
O setor de eventos mobiliza um espectro gigantesco de fornecedores e serviços como logística, alimentação, equipamentos de áudio visual, cenografia, grupos musicais, entre outros. Março de 2020 é um marco do início da maior crise que abateu o setor de eventos, como os corporativos congressos, convenções e feiras por todo mundo.
Alguns segmentos desse setor chegaram a um nível de receita zero, obrigando a paralisação e descontinuidade de suas atividades. Cerca de um terço das empresas fechou suas portas e muitas ainda têm dificuldade para reabrir. O setor aos poucos vai se aquecendo ainda de forma tímida. Sem dúvida, que a esperada vacinação, hoje sinaliza ao mundo corporativo, o encorajamento no planejamento de suas ações futuras, visando trazer resultados positivos que ajudem na recuperação e saúde financeira das empresas e de todo o mercado em geral.
O setor do turismo, muito ligado ao de eventos, reflete também o patamar que nos encontramos, nesse momento, com a ocupação limitada dos hotéis e o gargalo da malha aérea já que ainda não se atingiu metade da demanda que tínhamos até 2019. Em decorrência da baixa demanda de eventos por causa da pandemia, isso se refletiu no setor logístico, o que torna o segmento de eventos corporativos, o mais importante para retomada de operações aéreas e rodoviárias em virtude da geração de receitas geradas com a compra de passagens aéreas, reservas de hotéis e espaços destinados a eventos. Enquanto algumas empresas se viram obrigadas a fechar em razão de despesas com pessoal, já que não tinham de onde gerar receita, outras tiveram seus orçamentos empenhados represados e agora aguardando o momento oportuno para solicitar novos eventos com verbas de marketing não gastas em decorrência da pandemia.
Muito importante ressaltar também, a finalidade primordial dos eventos, seja congressos, convenções, festas corporativas, que é, não somente, a integração das pessoas, a troca de conhecimentos, aperfeiçoamento profissional, mas também a busca por melhores resultados no que tange a metas de vendas, comercialização de produtos e modernização de serviços. A paralisação do setor, sem dúvida, compromete na obtenção de melhores resultados para as empresas, seja a nível de receita, o crescimento econômico, mas também motivação de colaboradores.
Para atender a demanda de eventos no decorrer do ano passado muitas empresas ao invés de adiar seus planos, optaram por organizar os eventos digitais usando tecnologia já existente e aperfeiçoando plataformas e ferramentas que ajudaram a manter o setor vivo e agora se tornando hibrido com parte presencial e parte sendo atendida remotamente. Esse modelo foi muito oportuno e trará versatilidade ao setor de eventos ajudando na recuperação, como alternativa e também fonte de receita, fomentando ainda mais a cadeia produtiva.
Um aspecto importante também, com a necessidade de protocolos de saúde, haverá mais demandas por postos de trabalho ajudando a melhorar a economia do setor, ou seja, não somente a parte tecnológica, mas também a sanitária, vieram somar ao setor de eventos. Em suma, a vacinação associada ao aquecimento da economia, vai ajudar na retomada desse importante setor, podendo, a médio prazo resgatar patamares próximos aos observados em 2019.
Marco Pessoa, Head de Eventos do Grupo Hel