Cada vez mais o mundo corporativo se adapta para aliar suas atividades-fim à nova ordem mundial de cuidar do meio ambiente e das pessoas
Colunista Mundo RH, Kelly Coelho é head de RH, Segurança do Trabalho e Facilities da SuperVia
Certa vez, o filósofo norte-americano John Dewey (1859-1952) afirmou que “Somente pensamos quando somos confrontados com um problema”. E que tipo de problema faz, cada vez mais, o mundo e as empresas se sentirem confrontados, levando-os a pensar em soluções? As injustiças sociais e a degradação ambiental – situações que sinalizam um futuro que ninguém quer. Por causa disso, as companhias têm investido em uma nova forma de se estabelecer, indo além da sua função-fim: existir “com propósito”. Ou seja, dedicando-se também a estar cada vez mais alinhada com a sustentabilidade e a responsabilidade social.
Essa nova estratégia, porém, não abre mão dos objetivos econômicos e do compromisso com inovações tecnológicas. São novas formas de pensar corporativamente, sabendo que há mais braços para alcançar objetivos, sem uma se sobrepor a outras. Nesse novo mundo, todos vão aprendendo com as próprias experiências e com as de outras instituições. Uma boa forma de promover relações mais duradouras e profundas com os seus clientes e funcionários.
Mas não basta ficar na intenção. Ter um propósito é ter planejamento, envolvimento de colaboradores e stakeholders para que tudo seja cumprido. Para isso se concretizar, o propósito deve constar do planejamento de estratégias e objetivos – e nunca se deve pensar em resultados a curtos prazos ou efêmeros. O propósito deve ser uma marca constante na empresa, refletido em ações, projetos e chegando até a forma de agir dos funcionários.
O propósito de cada um
Em primeiro lugar, é preciso descobrir esse propósito na história da empresa e no contato com os stakeholders e se inteirar dos valores do início da companhia. E ainda: entender qual é, hoje, a expectativa das equipes, a importância da empresa na sociedade e para as pessoas que consomem seus produtos ou serviços.
Quando o propósito estiver definido, é hora comunicar a todos da empresa e começar um processo de assimilação dessa ideia. E, com criatividade, descobrir formas de engajar os colaboradores em todos os níveis da empresa, tendo as lideranças como faróis na iniciativa. Essa nova diretriz deve estar em todas as fases da produção, nos processos da organização, nos critérios de ESG e de Responsabilidade Social.
RH e Comunicação
Cabe à equipe de Recursos Humanos criar práticas de educação e formação, avaliação de desempenho e promoção, de acordo com o propósito e os seus objetivos. Até as novas contratações devem estar alinhadas a isso. E ainda: criar métricas para medir os avanços – que, como já dissemos, não aparecem da noite para o dia.
Já o setor de Comunicação e Marketing deve apresentar as conquistas alcançadas e como isso se desdobrou em retorno positivo para a companhia. Por fim, ter um propósito também significa não aceitar mais certos comportamentos corporativos. E aí cai como uma luva informar, interna e externamente, quando se posicionar contra uma ação que não se encaixa mais no presente e, menos ainda, no futuro da empresa e do mundo.