Panorama, tendências e o impacto para dos custos com a saúde para os empregadores
De acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU), gastos de saúde aumentaram em 60 países. Estes custos variam muito entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O aumento da expectativa de vida e o desejo de viver de forma mais saudável está impulsionando a demanda por cuidados de saúde em todo o planeta, e consequentemente, os gastos.
Em mais da metade das regiões do mundo existe a tendência de elevação da inflação médica da saúde privada ao longo dos próximos três anos. As doenças crônicas não transmissíveis são algumas das maiores causas para esta elevação e estão diretamente ligadas ao estilo de vida moderno. Sua incidência pode ser significativamente reduzida através da modificação de comportamentos individuais. Influenciar esses comportamentos representa um desafio e uma oportunidade para os empregadores.
As Américas (excluindo os EUA) continuam a ter o maior gasto médico e a maioria dos países da América Latina enfrentam aumentos significativos. A Venezuela, que continua a lutar com a hiperinflação, apresentou uma elevação excepcional em 2015 -150% , mas outros países latino-americanos enfrentam o aumento médio de 10%.
A Europa apresentou a menor tendência de elevação da inflação médica- 5,2%, em 2015, embora a Rússia (aumento de 15%), Turquia (10,8%), Suécia (8%) e Noruega (7%) tenham se mantido acima desta média.
No continente asiático, a elevação média em 2015 foi de 6,4% , impulsionada em grande parte por 15% de elevação dos custos assistenciais na Malásia e 11% na Índia.
No Oriente Médio e África, a inflação médica elevou-se de 10,3% em 2014 para 12,6% em 2015, impulsionado em grande parte pela elevação dos custos assistenciais na Nigéria (35%); Moçambique (30%); Angola (20%); e Quênia. Nos Emirados Árabes Unidos (U.A.E.) e Zâmbia, todas ficaram em 15%.
A inflação médica da assistência privada continua a aumentar a nível mundial, de 7,5% em 2014 e 8,0% em 2015, para uma estimativa de 9,1% (todos ponderada) em 2016. As internações hospitalares permanecem no topo da lista de aceleradores dos gastos, em todas os continentes, como demonstra a tabela abaixo:
No Brasil, o índice de Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) registrou alta de 19,3% nos 12 meses encerrados em dezembro de 2015- a maior variação desde 2007. Até junho de 2015, o indicador apresentava alta de 17,2% no acumulado de 12 meses. A inflação geral do Brasil, no mesmo período, medida pelo IPCA, ficou em 10,67% Estes dados nos trazem um alerta quanto à sustentabilidade da oferta do benefício nas empresas e consequentemente, quanto a saúde da massa produtiva de nosso país.
Quanto à epidemiologia, as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em todo o mundo. O número de pessoas que morrem de doenças cardiovasculares, principalmente de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral, vai aumentar para atingir 23,3 milhões em 2030.
Condições que mais contribuem para o aumento do sinistro saúde por região:
SOLUÇÕES POSSÍVEIS PARA UM CENÁRIO TÃO COMPLEXO
- Coordenar os cuidados com Centros de Especialidade/Médicos de Família e Concierge Médico
Pacientes com uma ou mais doenças crônicas podem depender de vários médicos, que raramente se comunicam uns com os outros. Esta falta de coordenação dos cuidados leva ao abuso da utilização de tratamentos complementares, prescrições e realizações de exames em duplicidade.
- Qualificar hospitais com maior resolutividade no tratamento oferecido aos colaboradores
O maior perigo para os pacientes não é a sua doença, mas os hospitais que as tratam. Todos os anos, 1,7 milhões de pacientes desenvolvem infecções durante internação hospitalar e 99.000 morrem em decorrência disto. Estas infecções hospitalares resultam em US $ 30 bilhões destinados a cuidados de saúde/ano e quase todos são evitáveis.
- Desenvolver uma força de trabalho saudável: Estabelecer Programas de gestão de doenças crônicas e bem estar/qualidade de vida
As doenças crônicas, como doenças cardíacas, derrame, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes, são, de longe a principal causa de mortalidade no mundo, representando 63% das mortes, sendo a maior concentração das mortes prematuras 90% (faixa etária inferior a 60 anos) em países de baixa e média renda.
Milhões de pessoas no mundo têm diabetes e mais de 80% de óbitos por diabetes ocorrem em países de baixa e média renda. De acordo com a projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS), o diabetes será 7a principal causa de morte em 2030.
65% da população do mundo vivem em países onde o excesso de peso e obesidade mata mais pessoas do que o baixo peso, o que endereça a necessidade da oferta de Programas de reeducação alimentar.
- Remunerar por performance
Estabelecer indicadores de qualidade assistencial e remunerar conforme o atingimento de metas.
É necessário conhecer o perfil de sua população para transformar a saúde e controlar os seus custos
A inflação médica crescente é uma realidade! Fica o convite à reflexão sobre o tema, para os que ainda não avaliaram o impacto da “não gestão” de saúde em suas instituições e populações ao redor de todo mundo.
Por Sheila Mittelstaedt, Specialist Manager Deloitte Touche Tohmatsu | Consulting | Strategy & Operations