Um grande desafio é saber equilibrar o famoso “tecniquês” com uma apresentação sedutora
Eu estudei, ralei pra caramba para me formar engenheiro na Poli USP, tive cargos elevados em grandes corporações e a condição financeira era bem estável. Uau, virei executivo! Que honra. Porém, depois de muitos anos, eu tive a percepção de que estava muito distante daquela nossa linha de bem-estar pessoal, aquele lugar que buscamos onde a vida flui melhor e mais viva. Foi aí que pausei para recomeçar. Tirei um tempo para resgatar projetos e sonhos que tinham ficado para trás. Mergulhei no humor stand up, fui estudar roteiro, 2 anos de pós-graduação. Realizei (e me realizei) várias temporadas e projetos em bares e teatros. Era grande a alegria e até parecia em algum momento que não voltaria mais ao mundo corporativo e que estaria distante das minhas funções anteriores.
De repente, como um navegante que desbrava em novas terras, acabei me peguei conhecendo novas áreas, projetos e então me enveredei pelo caminho do roteiro. Estudei esta arte de arquitetar histórias e somei mais esse lado para o meu complexo dodecaedro de personas. Pois bem, a vida dá voltas, como bem sabemos. Nessa jornada de stand-up, palestras e roteiros, conheci o José Luiz Martins, publicitário e roteirista premiado. Papo vai, papo vem e, de repente, grandes empresas e empreendedores começaram a nos contratar para escrevermos suas apresentações e palestras, com uma nova forma de comunicação, eficaz e assertiva e moderna para transmitir ideias no trabalho ou para falar para grandes audiências.
Muito interessante voltar ao lugar onde me formei engenheiro e poder falar de outro assunto, mas tão importante – afinal, como sempre dizemos, comunicação não é opcional. É obrigatório! A forma como vamos nos comunicar é de extrema importância para o sucesso nos projetos, na carreira, assim como sua formação. E no caso dessa palestra, nos deparamos com mentes incríveis, mas precisavam se diferenciar e estruturar suas startups e apps, e persuadir investidores-anjo (ou amigos, sócios, colegas, chefes, fundos de investimento ou algum parceiro estratégico) de maneira eficaz.
Um grande desafio é saber equilibrar o famoso “tecniquês” com uma apresentação sedutora. Existem diversas formas de fazer isso, mas o primordial que deve ser dito é que temos pouquíssimos segundos para atrair a atenção de alguém que desejamos que nos escute.
Para isso, muito importante, é de cara passarmos uma mensagem que revele o quanto o que temos, a marca que queremos deixar, aproveitar o tempo de quem vai ouvir – assim você prende a atenção e consegue dar sequencia ao seu desenvolvimento.
Eu dei muitas voltas pela vida, e acabei aprendendo na pele a valorizar a arte de comunicar. E agora gosto de comunicar a arte de comunicar! Que volta!
Regis Folco é palestrante, foi executivo de Marketing Estratégico de consultorias e multinacionais, criou com José Luiz Martins o Empório da Palestra