Tendência é que lideranças invistam em estruturas menos hierárquicas, dando voz e participação a todos os colaboradores
Investir em práticas inovadoras de recursos humanos, proporcionar transparência entre as áreas da empresa, valorizar e integrar os colaboradores por meio de uma gestão inclusiva de pessoas. Em um cenário no qual as notícias são de desemprego, que chega a mais de 12%, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essas diretrizes podem parecer utopia, mas algumas empresas já aderiram a elas e colhem bons frutos. Exemplo é a indústria Santa Helena, de Ribeirão Preto (SP), que transforma cada vez mais as relações entre empregador e empregado e reestrutura o ambiente corporativo.
Os líderes da companhia são treinados para garantir uma nova tendência: a gestão menos hierárquica. Essa política de relacionamento representa o quanto a empresa entende a força do trabalho como algo de valor, e não somente como uma parte burocrática do processo de crescimento corporativo. O capital humano é cada vez mais compreendido como o foco principal para que a companhia se destaque em produtividade e, por isso, as estratégias de Recursos Humanos estão focadas em fazer com que os colaboradores estejam envolvidos e alinhados com os objetivos da empresa. E essa é uma tendência globalizada.
Acompanhando essa premissa, a Santa Helena oferece um ambiente integrador aos seus mais de 1.300 colaboradores. No último encontro do programa Aproximação, realizado em março, o departamento de Recursos Humanos paralisou as atividades de produção por um dia e escalou os funcionários da fábrica para apresentarem os objetivos estratégicos para os próximos três anos. As informações foram transmitidas por meio de encenações teatrais, deixando todos como protagonistas dos ganhos da indústria.
Para a gerente corporativa de RH da companhia, Elaine Ribeiro, a iniciativa deu voz aos envolvidos para que houvesse reconhecimento entre eles e as informações fossem disseminadas de uma forma clara e descomplicada. “Essa integração foi para que os próprios colaboradores, em todos os níveis de hierarquia, entendessem os objetivos estratégicos da empresa e como cada um pode colaborar. Tudo com a linguagem deles”.
A gerente corporativa de RH também pontua que as novas gerações querem se sentir parte das definições estratégicas e serem ouvidas. Quando a empresa abre esse espaço, há um sentimento de valorização e o colaborador entende que seu papel é bem visto. “Na Santa Helena, por exemplo, tudo é feito por pessoas, então não podemos excluí-las. Ao trazê-las para perto, cada uma sabe seu papel e como contribuir, assim conquistamos equipes mais engajadas e, consequentemente, mais resultados”.
Há cinco anos na indústria de alimentos e com duas promoções de cargos, o operador de máquinas Francisco das Chagas Porto, de 25 anos, reforça o quanto a integração hierárquica incentiva novas conquistas profissionais. Na Santa Helena, ele participa de programas internos para o fortalecimento das relações interpessoais e para a gestão de carreira, e acredita que a motivação e o reconhecimento pelo empenho diário faz toda a diferença.
“A preocupação que as lideranças têm em nos manter sempre integrados e por perto é algo positivo. Tenho a oportunidade de tomar um café com meu diretor e trocar experiências sobre o meu trabalho. É uma relação de confiança e reciprocidade, pela qual colaborador e empresa crescem juntos”, afirma o jovem.