Diferentemente das gerações anteriores, esses jovens não buscam estabilidade e solidez
Bruno de Oliveira, cofundador e diretor de operações e tecnologia da healthtech Medipreço
A pandemia provocou mudanças permanentes no mercado de trabalho. A antiga dinâmica vertical (líder versus empregado) deu lugar a um relacionamento horizontalizado, ou seja, mais humano. Se, à primeira vista, a mudança parece puramente de nomenclatura, um olhar mais atento é capaz de perceber que isso reflete um novo entendimento sobre o trabalho, o colaborador e o papel individual de cada um.
Segundo a pesquisa Hybrid and return to work, 2021, do Gartner, a pandemia da covid-19 representou uma mudança na importância dada às experiências fora do trabalho para 65% dos entrevistados. Também para 65%, a principal mudança foi o papel do trabalho na vida do colaborador. Nesse sentido, 62% dos participantes disseram querer uma grande mudança em suas vidas, e 52% passaram a questionar o propósito do seu trabalho.
Apesar de chamar a atenção, principalmente após o distanciamento social, essa mudança não é novidade entre os mais jovens. As gerações Y e Z são movidas por um propósito. Suas relações são pautadas no diálogo, elas são autodidatas e acreditam em instituições mais flexíveis, onde possam expressar toda a sua individualidade.
Diferentemente das gerações anteriores, esses jovens não buscam estabilidade e solidez. Criados em um mundo conectado e com fácil acesso à informação, eles estão mais preocupados com crescimento pessoal e qualidade de vida. As relações de emprego são vistas como oportunidades de crescimento, e as mudanças são encaradas com naturalidade.
Considerando que, até 2030, a geração Y vai representar 70% da força de trabalho, as mudanças percebidas agora são uma pequena amostra do que está por vir.
Como a grande maioria das empresas ainda não foi capaz de se adaptar a essa nova realidade, não é de se surpreender que os jovens estejam abandonando seus empregos. Nos Estados Unidos, o Gartner apurou que 4,5 milhões de colaboradores se demitiram em novembro de 2021. No Brasil, a média de permanência no emprego é de 2 a 9 meses, segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência.
Mas como acelerar mudanças tão profundas e necessárias dentro da cultura organizacional? Buscando ferramentas novas, capazes de gerar valor e criar conexões. Os benefícios que promovem o bem-estar e a saúde são alguns exemplos que atendem a essas necessidades.
Segundo o estudo da Willis Towers Watson, 78% dos entrevistados não pensariam em mudar de emprego se os benefícios fossem atraentes. E, de acordo com o Employer/Employee Satisfaction Survey, para 40% dos colaboradores a empresa se torna mais atraente quando os benefícios são personalizados.
Com o uso de tecnologia, por exemplo, é possível monitorar o benefício corporativo e acessar insights relevantes para otimizar as políticas internas e alinhar novas iniciativas às necessidades reais dos colaboradores.
Portanto, contar com ferramentas desenvolvidas para a nova realidade do mercado de trabalho pode promover mudanças necessárias de forma gradual, respeitando o tempo de adaptação da cultura organizacional, ao mesmo tempo em que mantém a empresa atrativa para reter e atrair talentos das gerações Y e Z.