As doenças cardiovasculares representam as maiores causas de morte no país e no mundo. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, só em 2019, no estado do Rio de Janeiro, o número de casos de mortalidade por doenças cardiovasculares foi de 42.595 mil pessoas.
Segundo Dra. Joelma Dominato, cardiologista e coordenadora do Centro de Reabilitação Cardiopulmonar do Hospital de Clínicas do Ingá (HCI), é importante que as pessoas procurem atendimento cardiológico antes de fazer qualquer atividade física, seja ela supervisionada ou não. Até mesmo para saber se podem fazer o exercício ou se há alguma condição que impeça de praticar a atividade física sem supervisão.
Os sinais de alerta são dores no peito, falta de ar, cansaço exacerbado para determinado tipo de esforço, inchaço das pernas, dores no tórax, sensação de desmaio e palpitações, ou seja, todo sintoma que possa ser resultado de problemas cardiológicos.
“As mortes por eventos cardiovasculares são as causas mais comuns em pessoas acima de 35 anos no Brasil. Quando a pessoa faz alguma avaliação cardiológica antes de iniciar uma atividade física, a chance de se ter um diagnóstico e tratar a doença é maior. E, dependendo do diagnóstico, o paciente será liberado para exercícios físicos supervisionados, onde trabalhamos nas zonas de frequência cardíaca e de pressão arterial que não coloquem o paciente em risco de ter algum evento e, potencialmente, uma morte súbita”, explica a Dra. Joelma, lembrando também que não existe contraindicação permanente à prática de exercícios.
“No máximo, existem condições que merecem tratamento antes que a prática de exercício físico possa ser estabelecida. E, dependendo da doença, essa prática deve ser supervisionada em ambiente controlado, como numa clínica de reabilitação cardiopulmonar, ou não”, exemplifica a médica.
Benefícios
A atividade física reduz a probabilidade de diferentes doenças, como o diabetes mellitus, a hipertensão arterial, a obesidade e as doenças vasculares, além de melhorar a saúde mental, aumentar a força, melhorar a capacidade cardiorrespiratória, a flexibilidade, a coordenação motora e o equilíbrio e reduz o processo de formação da aterosclerose.
Cerca de 30% da população mundial é sedentária e em torno de 40% a 50% dos brasileiros são sedentários, sendo o sedentarismo considerado o 4º maior fator de risco de mortes no mundo.
Além de todos os benefícios cardiovasculares, o exercício reduz a mortalidade geral em 30%, reduz as chances de desenvolver depressão e/ou transtornos de ansiedade, reduz as chances de apresentar câncer de mama e cólon, além de reduzir em 30% as chances de desenvolver demência.
“As doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação, representam a principal causa de mortes no Brasil. São mais de 1.100 mortes por dia, cerca de 46 por hora, 1 morte a cada 90 segundos. Elas causam o dobro de mortes que aquelas devidas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS.”, alerta a cardiologista.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças do coração e da circulação. Muitas dessas mortes podem ser evitadas ou postergadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas. O alerta à prevenção e ao tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças cardiovasculares podem reverter essa grave situação.