Baixa representatividade pode gerar produtos enviesados e focados em apenas uma parcela da população.
O mercado de tecnologia continua crescendo em um ritmo ascendente, impulsionado por inovações constantes e pela crescente adoção de soluções digitais em todos os setores. Em 2024, várias tendências estão se destacando, moldando o futuro das indústrias e a forma como interagimos com o mundo ao nosso redor. Uma das áreas em destaque é a de software as a service (SAAS) e os profissionais responsáveis por esta função são os desenvolvedores web, mais conhecidos como “devs”, que vem do termo inglês “developers”.
Eles escrevem os códigos de programação e realizam, além da manutenção, o aprimoramento de software em aplicativos, sites, sistemas operacionais e outras ferramentas do mundo digital. Essas soluções de tecnologia para a área de software são essenciais em vários setores e, desde as pequenas startups até as grandes corporações, buscam trabalhar nesse sentido.
Apesar de todo esse movimento favorável no mercado de tecnologia, devemos levar em consideração a necessidade de contratação de mão de obra feminina, um desafio que precisa ser superado. Embora as mulheres sejam consideradas a maioria da População Ativa (PIA) no país, cerca de 51%, a indústria tecnológica ainda é predominantemente masculina, com homens representando cerca de 75% dos profissionais. Esses dados foram divulgados pela unidade de estudos e pesquisas do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Por exemplo, quando a Apple lançou o app Saúde, que pretendia ser uma nova forma de reunir informações de saúde, atividade física e bem-estar, desconsiderou algo que faz parte do dia a dia das mulheres: o ciclo menstrual. Em atualizações posteriores, a empresa ajustou o aplicativo, melhorando assim a experiência das mulheres em relação à tecnologia.
“No cenário atual de rápida evolução tecnológica, a empregabilidade de mulheres no setor de tecnologia tem se tornado uma questão de grande importância”, diz a cofundadora da Laboratória no Brasil, Regina Acher.
Para ela, torna-se cada vez mais necessário o investimento em programas de capacitação, parcerias acadêmicas e políticas de recrutamento focadas na diversidade de gênero, que é fundamental para a inovação. “Empresas que acolhem diferentes perspectivas estão mais preparadas para enfrentar os desafios do mercado e podem, inclusive, lucrar mais. O trabalho em equipes diversas é mais produtivo. Conforme os problemas se tornam mais complexos, é necessária a diversidade cognitiva para resolvê-los”, sinaliza Regina.
Promover a empregabilidade de mulheres no setor de tecnologia não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia inteligente de negócios. “Com o apoio contínuo de políticas inclusivas e iniciativas de capacitação, é possível construir um futuro mais equitativo e próspero para todos”, finaliza Regina.