Benefícios deixam de ser extra e se tornam estratégia essencial para atrair talentos, aponta pesquisa.
Em um mercado onde a disputa por talentos qualificados se intensifica a cada dia, os benefícios corporativos deixaram de ser um “extra” para se tornarem peça central na estratégia de atração e retenção de pessoas. Segundo uma pesquisa da consultoria Robert Half, 97% dos profissionais afirmam que o pacote de benefícios é um fator decisivo na hora de aceitar uma oferta de trabalho. A mensagem é clara para empresas e RHs: bem-estar, segurança e qualidade de vida já não são diferenciais — são pré-requisitos para quem deseja se manter competitivo.
Essa mudança de percepção desafia empresas a repensarem sua abordagem em relação aos benefícios. Para Andre Purri, CEO da Alymente, enxergar benefícios apenas como um custo é um erro estratégico.
“Investir em saúde, apoio psicológico, horário flexível ou educação continuada é, na prática, investir diretamente na produtividade e na lealdade dos colaboradores. Em mercados com alta demanda por talentos especializados, essas ofertas se tornam diferenciais competitivos reais”, afirma.
Outro dado que chama a atenção é a valorização crescente dos benefícios personalizados. Em diferentes fases da vida e da carreira, as necessidades dos profissionais mudam: jovens priorizam mobilidade, flexibilidade e desenvolvimento; profissionais mais experientes buscam segurança financeira, saúde e equilíbrio emocional. Empresas que conseguem ouvir seus colaboradores e moldar suas ofertas de acordo com essas necessidades demonstram não apenas empatia, mas visão estratégica.
Mais do que um atrativo de contratação, os benefícios comunicam a essência da cultura organizacional. Eles expressam, de forma prática, os valores que a empresa defende — inclusão, diversidade, sustentabilidade, equilíbrio entre vida pessoal e profissional. E, em uma era de transparência digital, esses aspectos têm peso direto na reputação da marca empregadora.
Hoje, oferecer benefícios relevantes e adequados não é mais um gesto de generosidade; é parte do compromisso da empresa com a construção de ambientes saudáveis, inovadores e preparados para os desafios de um mundo em transformação. Empresas que integram políticas de cuidado e bem-estar à sua estratégia de negócios colhem mais do que satisfação e retenção: constroem times mais engajados, criativos e resilientes.
O futuro do trabalho é centrado nas pessoas. E, nesse novo cenário, benefício não é custo — é investimento inteligente e visão de longo prazo.