Embora evitável, o câncer de pênis é um problema que acomete milhares de homens todos os anos. Como em fevereiro celebra-se o Dia Mundial do Câncer, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) elegeu este mês para realizar a Campanha “SBU contra o Câncer de Pênis”, que teve a procura por diagnóstico afetada por conta da pandemia. Cerca de 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, esse tipo de tumor impacta a qualidade de vida dos pacientes.
Apesar da relativa baixa incidência quando comparado a outros tumores urológicos e não urológicos, seu impacto é enorme, por poder acometer homens ainda jovens, com consequências físicas e psíquicas por vezes dramáticas e perenes, diz o comunicado do Departamento de Comunicação da SBU. Esse é um tumor que afeta sobretudo pessoas acima de 50 anos, no entanto, foram encontrados 322 casos da doença em pacientes entre 12 e 39 anos (2019/2020). Segundo os dados, 47% dos casos são em homens até 59 anos (1.884 casos somando-se 2019 e 2020).
Se em períodos normais a busca por diagnóstico já era tardia, a pandemia também afetou a procura dos homens por tratamento. Em 2019, o Ministério da Saúde* informou que 2.193 homens foram diagnosticados com a doença, já em 2020 esse número passou para 1.788 casos. A preocupação com esse cenário se faz importante, pois quanto mais cedo o câncer de pênis for descoberto, maiores as chances de cura do paciente. Caso o tratamento seja iniciado de forma tardia, os homens podem sofrer diversas consequências, inclusive a amputação do pênis.
“Em nosso país é importante que essa doença seja lembrada tendo em vista que ocupamos a quinta posição, no mundo, com relação ao aparecimento do câncer de pênis, à nossa frente estão apenas a Quênia, Uganda, Egito e Índia”. Poderíamos diminuir a incidência de casos se levássemos em consideração os fatores de risco. O principal deles está associado à falta de higiene adequada no órgão, aumentando e muito esse tipo de câncer. Outros fatores também contribuem como cigarro e algumas doenças sexualmente transmissíveis como o HPV. A vergonha e a desinformação levam corroboram para que, 50% dos homens com câncer de pênis, demorem mais de um ano para procurar o serviço médico, piorando ainda mais essa condição que já é grave”, explica o Dr. Felipe de Paula, urologista, diretor clínico do HRCPP e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia de SP.
Sinais da doença
Ao contrário de outros tipos de cânceres, como o de próstata, que não apresenta sinais em fases iniciais, o câncer de pênis possui diversos indicativos que devem deixar o homem atento:
- Alteração da pele na região do pênis: manchas marrom-azuladas, mudanças na cor e na textura, que fica mais grossa.
- Feridas que não se cicatrizam
- Secreções malcheirosas
- Nódulos no pênis ou na virilha ou verrugas no pênis
- Higiene íntima inadequada – é preciso puxar o prepúcio, pele que envolve a cabeça do pênis, para limpá-la
- Papilomavírus Humano (HPV)
- Fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da “cabeça” do pênis, a glande, por estreitamento do prepúcio, a pele que o envolve)
- Lesões penianas não tratadas
- Fumo
- Ações educativas
Neste mês de fevereiro, a Sociedade Brasileira de Urologia dedica-se a esclarecer a população sobre o câncer de pênis, através das redes sociais da entidade (@portaldaurologia) e na Rádio SBU, canal de podcasts da Sociedade disponível nos principais streamings de áudio: Spotify, Deezer, Pocket Cast, Apple Podcasts e Google Podcasts. Médicos esclarecerão dúvidas sobre o tema, entre elas o passo a passo de uma higiene adequada, sinais da doença e quando buscar atendimento.