Mesmo com o avanço do home office, brasileiros mantêm o hábito de consumir refeições fora de casa e impulsionam o setor de alimentação, que movimentou R$ 61,4 bilhões em um trimestre — exigindo gestão eficiente e tecnologia nos bastidores dos restaurantes.
Por Eduardo Ferreira, CCO da ACOM Sistemas
Contrariando expectativas iniciais, o home office — amplamente adotado durante a pandemia de Covid-19 e ainda presente para muitos profissionais — não modificou um hábito já consolidado entre os brasileiros: o de se alimentar fora de casa.
A prática tem se tornado comum para muitas famílias no Brasil, conforme apontam dados da Agência de Notícias do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o último levantamento da Pesquisa de Orçamentos Familiares, as refeições fora do lar representam 32,8% das despesas alimentares no orçamento familiar, revelando uma preferência crescente por refeições prontas e pela conveniência oferecida por restaurantes e serviços de delivery.
Com o crescimento das cidades e as dificuldades de mobilidade urbana, o hábito de sair do trabalho para almoçar em casa foi, em muitos casos, substituído pela ida a restaurantes ou pelo pedido de marmitas — reflexo das adaptações da rotina e do desejo por praticidade.
Mesmo no home office, o indivíduo está em casa, mas o período é dedicado ao trabalho profissional. Não há tempo para planejar ou preparar a refeição do dia. O resultado? Comer pelas redondezas ou recorrer ao delivery.
Recentemente, o iFood divulgou que os pedidos aumentaram no pós-pandemia, passando de 60 milhões para 70 milhões por mês. Por cliente, o número de pedidos subiu 30%. Segundo matéria da ANR (Associação Nacional de Restaurantes), em 2024 os gastos com alimentação fora do lar no Brasil bateram recorde: consumidores gastaram cerca de R$ 61,4 bilhões no segundo trimestre, representando um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O ticket médio também cresceu 4%, indicando que os clientes estão dispostos a gastar mais quando optam por comer fora.
Neste contexto, aos restaurantes cabe mais do que caprichar nos pratos e oferecer um atendimento cortês e ágil. É essencial implantar uma gestão eficiente de recursos, que assegure o funcionamento do negócio e permita ao empreendedor ter, com precisão, o controle de todos os indicadores relevantes — evitando tanto a falta de estoque quanto o desperdício de alimentos.
A expressão “na ponta do lápis” é, evidentemente, metafórica. Porque essa gestão precisa justamente abolir o controle manual para ser realizada com o apoio de soluções tecnológicas especializadas. Não se trata de capricho ou luxo, mas de uma necessidade real. Softwares de gestão voltados ao setor de food service representam um investimento que se traduz em redução de desperdícios, melhor controle dos custos operacionais, precificação adequada, padronização de cardápios e qualidade na produção — entre inúmeros outros ganhos.
No fim das contas, a gestão automatizada impacta diretamente em todos os resultados: na experiência do cliente, ao garantir produtos e serviços alinhados às suas expectativas, e na sustentabilidade do negócio, ao assegurar eficiência, controle e escalabilidade.
A precificação correta e um estoque devidamente ajustado — para que nada falte e nada sobre — significam satisfação do cliente e viabilidade financeira para o empreendimento. Dadas as particularidades e a complexidade do setor de food service, não há “ponta do lápis” que dê conta de tanto. A tecnologia está aí para nos apoiar, liberando o empreendedor das tarefas operacionais para que ele possa focar no que realmente importa: pensar estrategicamente e expandir seus negócios.