Desconstruindo equívocos: A realidade do Burnout na Era Digital
Da redação @MundoRH
O burnout atinge um preocupante índice de 30% dos trabalhadores brasileiros. Contudo, uma cortina de desinformação ainda circunda o assunto, perpetuando diversas inverdades no ambiente corporativo.
O envolvimento cada vez maior com a tecnologia é uma realidade. Segundo um estudo da NordVPN, brasileiros estão gastando impressionantes 91 horas semanais conectados – começando às 8h33 e terminando às 22h13. Esse engajamento excessivo não é inofensivo, levantando preocupações sobre a saúde mental.
Mara Leme Martins, VP do BNI Brasil e psicóloga, destaca os riscos da superexposição digital, principalmente nas crianças. Mas alerta que os adultos também não estão imunes. “A sobrecarga de informação pode levar ao estresse e culminar no burnout digital”, pontua.
A percepção do burnout, principalmente no meio empresarial, é muitas vezes distorcida. Muitos acreditam que somente a geração mais jovem está suscetível. Hugo Godinho, CEO da Dialog, rebate esse conceito: “Na era digital atual, a sobrecarga é universal. O fluxo constante de informações, muitas vezes, supera nossa capacidade de assimilação”.
Para esclarecer o cenário, a psicóloga Mara Leme Martins enumera mitos frequentes sobre o burnout digital:
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Apenas reduzir as horas de trabalho resolve: Mara contrapõe, “Mais que reduzir horas, é vital trabalhar em ambientes saudáveis e focar na qualidade do trabalho”.
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Burnout é um súbito colapso: “Não é algo que aparece do nada. É uma progressão: do cansaço ao estresse, da exaustão ao burnout”, detalha a psicóloga.
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Medicação é sempre essencial: Mara esclarece que a necessidade de medicamentos varia. “Depende do grau de burnout. Cada caso é único”.
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Desligar o celular é a solução: Embora a desconexão ajude, não é uma panaceia. “Sair bruscamente pode até piorar o quadro devido à ansiedade. A desconexão precisa ser feita com cautela”, enfatiza.
Em conclusão, Mara ressalta que, mais que demonizar a tecnologia, é fundamental reconhecer seu uso inadequado como o real gatilho do burnout digital. “Para um ambiente de trabalho mais saudável, é crucial desmascarar os mitos que rodeiam a síndrome”, conclui.