As empresas atualizam seus processos, produtos e serviços mais rápido do que os próprios profissionais conseguem acompanhar
No final do século XX, entramos na Era da Informação, momento em que os avanços tecnológicos mudaram a forma como nos comunicamos uns com os outros. No entanto, o processo de transformação vem acontecendo desde sempre, tanto no mundo corporativo como no intelectual. Nos últimos anos, passamos pelos processos de automatização – nuvem, machine learning, IoT, reconhecimento de voz – com o objetivo de desenvolver novas experiências, modelos de negócios, processos, produtos, serviços e conexão de diversas áreas.
É importante reforçar que o processo de transformação digital não é uma tendência e, sim, uma realidade. Contudo, não se faz isso da noite para o dia, mesmo sendo a tecnologia o grande fator dos impactos gerados e da velocidade das transformações. Empresas e profissionais ainda estão em fase de adaptação, entendendo quais são seus papéis em meio a tantas mudanças. O mundo caminha para o digital e entender que essa mudança de era é um fato e não uma tendência faz com que antecipemos a nossa atualização e possamos caminhar junto ao mercado de maneira menos injusta.
As empresas atualizam seus processos, produtos e serviços mais rápido do que os próprios profissionais conseguem acompanhar. A cada dia, acompanhamos as constantes substituições de mão de obra por tecnologias, as novas empresas substituindo negócios inteiros em modelos disruptivos (entende-se por disruptivo a digitalização, desmaterialização e a democratização). Ter a consciência de que já estamos vivendo na Era Digital e perceber a necessidade de nos tornarmos produtores e não só consumidores é vital para a saúde dos negócios e das carreiras.
As carreiras digitais são uma realidade quando vivemos, já que todas as áreas estão passando por um processo de digitalização. Algumas de forma mais avançada, como marketing, tecnologia, dados, experiência do usuário, liderança de projetos e produtos, comunicação, mídia e tantas outras áreas. Por isso, os profissionais precisam acompanhar o quanto a tecnologia vem impactando os negócios e as nossas vidas, mas também entender que ela é apenas um meio para o processo de digitalização. É necessário compreender esse movimento como um fato e passar a gerenciar melhor as nossas carreiras para não gerar o efeito “lost”, ou seja, quando estamos em uma situação que nos desconecta de tudo. Precisamos acompanhar essa evolução para não ter que sair correndo em desespero quando as carreiras digitais se tornarem 100% da nossa realidade.
Muitos modelos de negócios já estão surgindo para acompanhar essa nova demanda do mercado, como é o caso da Digital House, uma escola localizada em São Paulo totalmente voltada para o mundo digital e que forma profissionais em até 5 meses com a proposta de ajudar a diminuir o gargalo de mão-de-obra no setor de tecnologia.
Apesar de algumas empresas e instituições já estarem dando os primeiros passos para essa nova realidade, o Brasil ainda explora o mercado digital de forma tímida. Precisamos passar de consumidores para produtores de novas tecnologias, outros modelos de negócios e novos processos, caso contrário, continuaremos atrasando a transformação digital e, consequentemente, o avanço da nossa economia. Entender melhor esse mundo é fundamental e conectar os setores, ainda mais. Estamos em processo e temos muito a aprender e resolver ainda. Como dizem alguns especialistas, a transformação digital não é uma responsabilidade da área de tecnologia e, sim, de todos.
O que vem mudando na economia pede que os modelos de negócios sejam digitais. Mas não é só isso: pensar de forma digital e produzir tecnologia são atitudes necessárias. Trabalhar com foco direcionado ao trabalho junto com o cliente faz com que essas transformações digitais sejam mais bem-sucedidas. O profissional precisa se empoderar da sua vida e de sua carreira para que apoie as transformações digitais das empresas, que já começam com uma atualização de uma nova cultura, e aprender como trabalhar junto e não com medo da tecnologia, substituindo carreiras.
Obviamente, existem barreiras que a tecnologia enfrenta. A forma de pensar das pessoas sobre elas mesmas e a falta de conhecimento sobre as necessidades de mudança de mindset atrapalham bastante os avanços da transformação digital. As lideranças e os colaboradores são papéis fundamentais nesse processo, onde a mentalidade, cultura e ação intraempreendedora se fazem necessárias.
As empresas que resistirem à tecnologia estão fadadas à extinção, sem sombra de dúvida, à curto ou médio prazo. A transformação coloca modelos de negócios em outro patamar de concorrência e sobrevivência. Portanto, não estar no mundo digital não é mais uma opção.
Já ouvimos o seguinte questionamento algumas vezes: “Com o avanço tecnológico, corre o risco de algumas profissões acabarem?”. A resposta é sim, mas isso não deve ser motivo de pânico. Não somente os modelos de negócios estão se transformando, mas as pessoas também, como sempre estivemos. A velocidade nos força a fazer isso em outro processo de consciência e, infelizmente, muita gente só percebe a mudança depois que ela passa. Tomar posse da administração da sua vida e carreira torna o profissional dono de sua marca e esse processo nos coloca em contato com as nossas melhores competências, resultados, análise de cenários, cruzamento de objetivos, entendimento do mercado, oportunidades e muito mais. É aí que as pessoas se reinventam, se adaptam e criam profissões novas, um novo mundo e novos desafios, sempre.
Para uma empresa ou um profissional identificar que é a hora de ingressar no digital, é necessário conhecer mais sobre Gestão de Vida e de Carreira. Desta forma, é possível ter ferramentas, além de um novo mindset sobre como identificar necessidades e oportunidades.
É importante que o profissional – esteja ele inserido ou não no meio digital – aprenda a reaprender, tome posse da sua marca profissional e identifique quais gaps possui para algo que deseja construir e atingir. E se estiver pensando somente nas oportunidades do mercado, faça o seu balanço profissional, identificando qual a sua capacidade de execução e qual seria melhor ferramenta digital para compor seu branding, mas com o mindset totalmente voltado para a necessidade de se alfabetizar no digital.
Por Andrea Tedesco – Mentora de Carreiras da Digital House, hub de educação para a formação de profissionais de alta performance para o mercado digital.
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