Tobias Ragge aponta principais desafios das empresas na gestão de suas reservas hoteleiras
Durante entrevista no evento da GBTA (Global Business Travel Association), que aconteceu em Boston, no mês de julho, o CEO da HRS Tobias Ragge (considerado uma das 25 pessoas mais influentes em viagens corporativas pela BTN – Business Travel News em 2014 e 2016) fez uma análise do mercado de viagens corporativas, listando os principais desafios das empresas na gestão de suas reservas hoteleiras.
Uma das questões levantadas diz respeito à fragmentação do mercado e à consolidação das redes hoteleiras, o que impacta na flexibilidade das regras e tarifas negociadas. “Uma grande rede hoteleira anunciou recentemente que deixará mais rígidas as regras de flexibilidade tarifária para os viajantes corporativos. É um desafio para as empresas lidarem com um mercado pulverizado e complexo”, enfatiza Ragge.
O controle dos gestores de viagens sobre os gastos incorridos também foi destacado pelo CEO da HRS. O executivo afirma: “Se as grandes empresas globais tiverem hoje cerca de 60% de seus gastos com hotéis sob controle, pode-se dizer que é um bom índice. As reservas ‘maverick’, que são aquelas feitas fora da política corporativa das empresas, ficam fora do radar dos gestores e são difíceis de serem computadas”, afirmou. Segundo o executivo, isso ainda acontece muito na Europa, o que comprova que há muito espaço para melhorias na gestão, mas também na otimização do controle de gastos.
Outro desafio enfatizado por Tobias refere-se à segurança dos viajantes e a lista de cuidados que as empresas devem ter para garantir que tudo sairá conforme o planejado. “Nesses tempos de terrorismo e questões de insegurança mundo afora esse tema é ainda mais importante. Antigamente, só era possível saber de onde e para onde o passageiro voou. Hoje, com a tecnologia, é possível ter dados em tempo real e até mesmo saber em que hotel a pessoa está”, disse. E mais, se os gestores não sabem onde os viajantes estão, não terão como ajudá-los em momentos críticos. A necessidade de investir em sistemas que possibilitem esse rastreamento é fundamental.
Saindo do tema segurança e partindo para investimentos, Tobias Ragge informou que, mesmo com os altos investimentos das redes hoteleiras para driblar as baixas margens de lucro – para exemplificar, ele menciona a entrada dos grupos chineses no mercado global – e reforça que as redes representam apenas 24% da oferta mundial da hotelaria, sendo que a maior fatia (76%) é formada pelos hotéis independentes. “Os dados mostram que ainda há espaço para mais consolidação das redes hoteleiras”, destaca.
Ao finalizar a entrevista, o executivo deu dicas para gestores e compradores de viagens: “É preciso pensar na terceirização da gestão dos programas de viagens, deixar que especialistas cuidem mais taticamente e operacionalmente do trabalho, que otimizem os processos e os ajustem dinamicamente para que os gestores pensem na estratégia, coordenem o projeto, revisem os dados e relatórios mensalmente e cobrem os resultados dos fornecedores para que as políticas e programas de viagens corporativas sejam atualizadas e estejam de acordo com as suas necessidades. ”