Geração Z transforma o mercado: 5 modelos de carreira que estão moldando o futuro do trabalho.
A geração Z está revolucionando o mercado de trabalho, trazendo novos modelos de desenvolvimento profissional e desafiando as empresas a repensarem suas estratégias de gestão de talentos. Segundo Caio Cruzeiro, consultor da Ynner Developing People, a forma como os jovens encaram suas carreiras está gerando movimentos que impactam diretamente as organizações – e ignorar isso pode ser fatal para o sucesso empresarial.
Uma pesquisa recente do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostrou que, em 2023, a média de permanência de um profissional no mesmo emprego foi de apenas 2 anos. Para os jovens entre 18 e 24 anos, esse número é ainda menor: 9 meses. O dado reflete um comportamento cada vez mais comum entre a geração Z, que prioriza propósito, flexibilidade e crescimento rápido sobre a estabilidade de longo prazo.
“Diferente das gerações anteriores, que valorizavam permanecer anos na mesma empresa, os profissionais da geração Z não têm medo de buscar novas oportunidades. Eles estão atrás de melhores condições, benefícios, segurança e modelos de trabalho flexíveis, como o home office ou híbrido. Isso desafia as empresas a se adaptarem rapidamente”, explica Cruzeiro.
A nova Era das carreiras
Com o mix de gerações no mercado – que inclui desde os baby boomers até a geração Z –, as empresas precisam entender os diferentes perfis de desenvolvimento profissional para atrair e reter talentos. Segundo Cruzeiro, “é essencial criar um ambiente onde esses novos modelos de carreira sejam respeitados e incentivados. As empresas que não acompanharem essas mudanças ficarão para trás”.
Confira os cinco novos tipos de carreiras que estão emergindo com a chegada da geração Z:
1. Carreira em Linha
O formato mais tradicional e linear, onde o profissional avança de forma previsível, acumulando experiência na mesma área. É o caso de alguém que começa como estagiário e, com o tempo, se torna especialista ou gerente.
Quem escolhe?
Profissionais que buscam estabilidade e valorizam a construção de uma trajetória sólida em sua área de expertise.
2. Carreira Paralela
Aqui, o profissional decide mudar de área, muitas vezes encarando o desafio de recomeçar. Pode ser, por exemplo, um profissional de marketing que migra para a área de vendas ou tecnologia.
Por que acontece?
“A geração Z está em busca de propósito e realização pessoal. Se o trabalho atual não oferece isso, eles não hesitam em recomeçar em outra área”, analisa Cruzeiro.
3. Carreira em Y
Neste modelo, o profissional tem a opção de continuar como especialista ou migrar para uma posição de liderança. A “esquerda” do Y representa o aprofundamento técnico, enquanto a “direita” representa o caminho de liderança.
Para quem é?
Profissionais que querem decidir entre aprofundar conhecimentos ou liderar equipes.
4. Carreira em W
Esse formato é mais dinâmico, combinando especialização, liderança formal e liderança por influência. Profissionais neste modelo podem liderar equipes pequenas e também influenciar outras áreas da organização sem uma relação direta de hierarquia.
O diferencial:
“Carreiras em W são ideais para quem deseja ocupar posições de destaque e ter impacto na empresa sem necessariamente liderar grandes equipes”, explica Cruzeiro.
5. Carreira em Rede
A carreira em rede já é uma realidade em grandes empresas. Aqui, o profissional passa por várias áreas – como marketing, vendas, estratégia e RH – e adquire uma visão ampla da organização. Esse modelo favorece a formação de executivos polivalentes e preparados para assumir altos cargos.
Quem segue esse caminho?
Profissionais que desejam construir um currículo diversificado e ser vistos como estrategistas globais dentro da empresa.
Como as empresas podem acompanhar essas transformações?
Para atrair e reter a geração Z, as empresas precisam:
- Oferecer flexibilidade nos modelos de trabalho;
- Criar programas de desenvolvimento de carreira que respeitem os diferentes perfis;
- Treinar lideranças para entender as necessidades e aspirações das novas gerações;
- Estimular um ambiente onde o propósito e a inclusão sejam valores centrais.
“Compreender e se adaptar aos movimentos da geração Z não é uma escolha, mas uma necessidade. Essa geração está moldando o futuro do trabalho, e as empresas que se ajustarem a esses novos modelos terão uma vantagem competitiva significativa”, conclui Cruzeiro.