Chegar a uma festa e sentir os olhares de todos batendo em você. E, depois, perceber que o motivo desses olhares é porque você está vestido de forma totalmente diferente da de todo mundo e, o que é pior, inadequada para a ocasião… Quem nunca passou por esse tipo de constrangimento que dê a primeira lição de moda!
O fato é que passar por situações em que a escolha da roupa não condiz com o ambiente não traz maiores consequências em uma reunião com amigos. Mas, no ambiente de trabalho – seja no dia a dia do escritório, em reuniões com clientes ou festas de confraternização -, a coisa muda de figura.
Por isso, as empresas, já há algum tempo, vêm se preocupando em aperfeiçoar e deixar claro seus DRESS CODES, também conhecidos como códigos de vestimenta. E isso atinge as mulheres de forma especial, pois elas tendem a variar o estilo e seguir mais as tendências da moda do que os homens.
Mas será que em tempos de home office o assunto é assim tão pertinente? Se pensarmos na quantidade de horas que passamos em reuniões on-line – para as quais acho que nenhuma de nós se arrisca a aparecer descabelada, sem maquiagem e de blusa de pijama – vale, sim, falar sobre o tema.
O objetivo do dress code é padronizar o visual, fazendo com que todas as pessoas estejam em conformidade com o ambiente e a ocasião. E, no mundo corporativo, vai muito além disso. A vestimenta de um colaborador se torna o espelho de tudo que a empresa quer comunicar para o mercado, definindo o seu posicionamento para os clientes, fornecedores e para a sociedade em geral. Por isso, estabelecer um dress code é algo tão importante e valorizado no mundo corporativo. Ainda mais atualmente, quando qualquer imagem ou informação ganham reações imediatas e de alcance global com a agilidade das redes sociais.
Sendo assim, concordemos ou não, a mensagem que passamos pela forma como nos apresentamos durante os compromissos de trabalho deve, obrigatoriamente, estar em consonância com a mensagem e os valores que a empresa para a qual trabalhamos quer transmitir. Mesmo que, obedecendo tais parâmetros, seja permitido – e até bem vindo – que os colaboradores transmitam sua personalidade na maneira como se vestem. Se, até assim, continuarmos questionando o dress code imposto – ou se este fato nos incomoda – existe grande probabilidade de estarmos trabalhando para a empresa errada!
É claro que, especialmente para as mulheres, a moda vem ganhando contornos cada vez mais despojados e focados no conforto. Nós, praticamente, já abolimos os terninhos e sapatos de ponta e salto agulha e podemos estar bem vestidas para o trabalho com pantalonas, camisões ou saias amplas, acompanhados de uma sapatilha ou bota de salto quadrado. Da mesma forma, embora em menor número ainda, nossos colegas de trabalho do sexo masculino podem ser vistos em reuniões apenas de blazer e camisa, sem gravata. E até de jeans nas casual fridays. Já no ambiente das jovens startups, até a bermuda, tênis e camiseta tornaram-se uniformes. Mas mesmo este extremo da flexibilização dos padrões de dress code corporativo tem uma razão de ser e é parte da estratégia das empresas de tecnologia para se identificarem com seu público alvo.
Eis aí o motivo pelo qual, no ambiente de trabalho, a moda pode variar, ganhando os mais diferentes estilos, mas a maneira de vestir dificilmente deixará de ser atrelado a um código de vestimenta.
Flávia Mello, investidora e mentora de empresas fundadas por mulheres que estejam desenvolvendo soluções para o público feminino, é formada em Comunicação Social, com pós-graduação em Marketing