Falta de propósito, reconhecimento e alinhamento com a liderança estão entre os principais fatores que fazem bons profissionais deixarem suas empresas. A resposta está na cultura organizacional.
Por Marcela Zaidem, Founder da Cultura na Prática
Em um cenário de alta competitividade no mercado de trabalho, a retenção de talentos tornou-se um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas. Dados recentes da Gallup apontam que 59% dos colaboradores, em nível global, estão desengajados, fenômeno conhecido como quiet quitting. Apenas 23% demonstram verdadeiro engajamento com suas atividades. Já uma pesquisa da McKinsey revela que os principais motivos para pedidos de demissão não são financeiros, mas culturais: falta de propósito no trabalho, ausência de oportunidades de crescimento e sensação de não pertencimento.
O grande vilão por trás da perda de talentos é, muitas vezes, a cultura organizacional, especialmente quando há um desalinhamento na liderança. Práticas como microgerenciamento, ausência de feedbacks construtivos e falta de reconhecimento minam a confiança dos colaboradores e dificultam seu desenvolvimento. A carência de um propósito claro e de oportunidades de crescimento profissional são fatores invisíveis, porém determinantes para o desengajamento — como indicam as pesquisas da Gallup e da McKinsey.
Empresas com culturas frágeis acabam criando ambientes onde os profissionais não se sentem valorizados, o que leva, inevitavelmente, à saída dos talentos.
Para reverter esse cenário, as organizações precisam transformar suas práticas internas e criar ambientes mais intencionais e engajadores. Isso exige investir em líderes preparados para:
Delegar com autonomia,
Reconhecer conquistas de forma genuína, e
Oferecer feedbacks claros e construtivos.
Além disso, é fundamental que a empresa alinhe seu propósito às habilidades dos colaboradores, demonstrando como cada pessoa contribui diretamente para a realização de um objetivo comum. Esse alinhamento é o que gera sentimento de pertencimento — essencial para manter os talentos motivados e comprometidos com os resultados da organização.
A retenção de talentos começa na construção de uma cultura sólida e autêntica. Para enfrentar a alta rotatividade e o desengajamento, é preciso promover um ambiente onde propósito, autonomia e reconhecimento sejam pilares da convivência corporativa.
Transformar a cultura organizacional é o primeiro passo para garantir que os melhores profissionais permaneçam, se desenvolvam e ajudem a construir um futuro mais sustentável, saudável e produtivo para a empresa.