Considerando que os custos com a saúde suplementar nas empresas representam a segunda maior despesa da área de recursos humanos, a gestão inteligente da saúde dos colaboradores é mandatória
Por Ricardo Ramos – Head de gestão médica e tecnologia da Dasa Empresas
A gestão de saúde corporativa é uma preocupação cada vez mais presente nas empresas que buscam proporcionar bem-estar e qualidade de vida aos seus colaboradores. No entanto, para que ela seja realmente efetiva, precisa ser inteligente e sustentável, isto é, capaz de antecipar e prevenir problemas de saúde, ao mesmo tempo em que busca minimizar o impacto financeiro nas companhias.
Recentemente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou dados que mostram que os planos de saúde médico-hospitalares tiveram um prejuízo de R$11,5 bilhões em 2022. Os fatores que mais impactam esse resultado são a alta no uso dos serviços oferecidos, o fim da limitação de determinadas consultas e terapias, o aumento do preço de insumos médicos, fraudes e judicialização da saúde.
Considerando que os custos com a saúde suplementar nas empresas representam a segunda maior despesa da área de recursos humanos, a gestão inteligente da saúde dos colaboradores é mandatória. Novas tecnologias, aliadas à inteligência médica e à atenção pessoal, estão mudando a forma como cuidamos de nossas equipes e suas famílias. Por meio da interoperabilidade das informações e uma rede de saúde integrada, agimos com um grau inédito de eficiência e proatividade, oferecendo soluções focadas no cuidado com a saúde e não mais apenas no tratamento de doenças.
Para proporcionar uma saúde que atenda a grandes carteiras populacionais, mas garantindo a personalização do cuidado, temos que lançar mão de novas tecnologias que envolvem inteligência aumentada (ou inteligência artificial).
Em primeiro lugar, é fundamental entender a situação real da saúde dos colaboradores por meio de pesquisas que começam no onboarding e acompanham, principalmente, aqueles que têm risco ou já são portadores de condições crônicas de saúde. Somente assim é possível desenhar ações de prevenção assertivas que contribuem para melhores desfechos clínicos e tratamentos, além da redução de sinistros.
O uso de um sistema integrado de saúde também faz a diferença. Melhor ainda se estiver apoiado em uma rede de atenção primária, que contribui diretamente no cuidado do paciente, e eventualmente o direciona adequadamente para outros recursos do sistema de saúde. Dessa forma, é possível mitigar tanto o que chamamos de Gap de Rastreio de risco da população, quanto o Gap de Cuidado daqueles que necessitam de atenção.
Esse novo padrão de atendimento é viabilizado pelo uso estruturado desses dados que são integrados e analisados de forma a proporcionar aos pacientes uma jornada mais fluída e amigável. No caso do câncer de mama, por exemplo, quando a identificação da doença é feita em estágio precoce na Dasa, o início do tratamento acontece quatro vezes mais rápido do que o tempo que observamos habitualmente, pois toda a interoperabilidade dos dados associada a uma rede de atenção e acolhimento previamente estruturada, garantem esse encurtamento do prazo até o tratamento definitivo, o que pode fazer a diferença nas complicações e sobrevida das nossas pacientes.
Para a área de Recursos Humanos, que tem a gestão populacional como uma das suas principais responsabilidades, garantir que processos na vanguarda operacional sejam disponibilizados a seus beneficiários deve ser uma meta. Já o cuidado com LGPD, deve ser uma obrigação.