Descubra como a inovação e os benefícios flexíveis estão transformando o setor de RH. Conheça o impacto da tecnologia, da personalização e da regulação no futuro dos benefícios corporativos.
Por Douglas Barrochelo, CEO da Biz
A inovação deixou de ser um diferencial para se tornar essencial à sobrevivência das empresas. No setor financeiro, essa transformação é ainda mais evidente. Modelos rígidos e centralizados estão dando lugar a soluções digitais que oferecem mais autonomia e transparência. Empresas como Ant Group, Adyen e Revolut já revolucionaram pagamentos e transações globais, pressionando bancos tradicionais a se reinventarem. No Brasil, o Pix mudou a dinâmica das transações financeiras, enquanto o Drex — o real digital — promete impactar ainda mais o mercado, ampliando as possibilidades de investimento e segurança. O avanço dessas soluções sinaliza um futuro financeiro mais ágil, flexível e centrado no usuário.
Mas, se a inovação tem sido uma força motriz para remodelar o setor financeiro, por que a área de benefícios corporativos ainda se mantém presa a modelos engessados e ultrapassados? Os benefícios flexíveis e hiperpersonalizáveis são um exemplo prático de como a inovação pode transformar essa área, indo muito além da simples funcionalidade para se tornar uma ferramenta estratégica. Ao oferecer soluções personalizadas e alinhadas à identidade da empresa, os benefícios deixam de ser apenas um custo operacional e passam a representar um diferencial competitivo. Empresas que apostam nesse modelo constroem um branding corporativo mais sólido, fortalecendo sua identidade e, ao mesmo tempo, otimizando seus recursos financeiros.
A lógica é simples: um cartão e um aplicativo com a marca da empresa, completamente personalizados, oferecendo produtos e serviços específicos aos colaboradores. Além disso, esses cartões contam com uma bandeira aceita em milhões de pontos de venda em todo o país, garantindo flexibilidade e conveniência para os funcionários. Isso aumenta o engajamento e a percepção de valor da companhia. A lealdade gerada impacta diretamente os resultados financeiros — algo que nenhuma campanha de performance pura e simples consegue garantir.
No entanto, o mercado de benefícios também está no centro de uma intensa discussão regulatória. Propostas recentes, como as debatidas pela Abras, buscam reformular o setor, trazendo mudanças que podem beneficiar o varejo, mas que precisam ser analisadas com cautela para não sufocar a concorrência e a inovação.
A regulação pode ser um avanço, desde que preserve a flexibilidade e a personalização das soluções, garantindo que os trabalhadores mantenham autonomia sobre seus benefícios. O equilíbrio entre fiscalização rigorosa e incentivo à modernização é essencial para um setor mais eficiente e transparente. A interoperabilidade entre bandeiras de vale-alimentação pode ser um passo positivo, mas precisa ser conduzida de forma estruturada, preservando a qualidade do serviço e a segurança das transações.
O verdadeiro caminho para um setor mais eficiente está em ajustes regulatórios bem planejados, que preservem a inovação e a competitividade, permitindo que as empresas continuem investindo em novas soluções que realmente beneficiem os trabalhadores.
A pergunta que fica é: por que tantas empresas ainda ignoram essa oportunidade e continuam perdendo dinheiro para os bancos?
O futuro dos negócios passa pela capacidade de adaptação e inovação. Empresas que conseguirem integrar tecnologia de maneira estratégica estarão na linha de frente da próxima revolução econômica.