No mercado de Recursos Humanos, a tecnologia facilitou muito ao permitir a digitalização do processo de contratação, automatizando tarefas que eram feitas manualmente e demoravam tempo
Por César Santiago, Head de R&S da Monitora Soluções Tecnológicas
Não é segredo para ninguém que, atualmente, a tecnologia é uma grande aliada nas nossas vidas. Seja para contratar um serviço ou nos comunicar com os familiares, o fato é que é quase impossível fazer algo sem nos rendermos a ela. E obviamente que no setor de Recursos Humanos das empresas isso não seria diferente. Para se ter uma ideia, um estudo recente da KPMG aponta que as maiores companhias do setor ao redor do mundo já têm adotado a tecnologia como um canal para promover soluções.
No mercado de Recursos Humanos, a tecnologia facilitou muito ao permitir a digitalização do processo de contratação, automatizando tarefas que eram feitas manualmente e demoravam tempo. Dessa maneira, planilhas e análises manuais deram lugar a softwares, inteligência artificial e integrações, deixando os processos seletivos muito mais ágeis.
Para citar como exemplo, na internet existem muitos sites para divulgação de vagas, mas a maioria deles permite integração com softwares especializados em ler e ranquear currículos, os chamados ATS (Application Tracking System), tecnologia muito utilizada pelas companhias para recrutamento. Assim, a busca por candidatos acaba simplificada. Além disso, eles possuem integração com as plataformas de Marketing Ads do Google, Meta e Linkedin, o que traz maior inteligência e velocidade para encontrar as pessoas certas para as oportunidades.
Contudo, existem algumas etapas do trabalho de Recursos Humanos que ainda precisam de um trato humano, como as que envolvem interação e feedback com as pessoas. Podemos mencionar a questão de dar retorno sobre o processo seletivo de modo que os candidatos não sejam esquecidos e fiquem sem saber da vaga para a qual se aplicaram. É função do RH ajudar que estes feedbacks possam, sempre que possível, servir também como instrumento de melhora e aprendizado.
Além disso, o papel do RH é ser uma figura acolhedora, já que mesmo trabalhando à distância, há necessidade de uma proximidade mais humana com os colaboradores. Para se ter uma ideia, pesquisa feita pela LHH do Grupo Adecco mostrou que 32% dos entrevistados ao redor do mundo declararam que a saúde mental piorou devido ao trabalho remoto. Com isso, compete promover a integração entre times, garantir meios de escuta para o trabalhador e definir regras de trabalho remoto que não interfiram na saúde mental dos colaboradores.
Como em todo cargo, é necessário atenção e maturidade. Na concepção atual de trabalho, as pessoas trabalham de onde querem, mas precisam corresponder às expectativas, metas e objetivos. Desse modo, as equipes precisam cada vez mais focar em Softs Skills, como iniciativa, proatividade, autogestão, capacidade de negociação.
É preciso também vencer o mito de que a tecnologia pode “engolir” alguém. Na verdade, com ela, as coisas são simplificadas e os trabalhos são aprimorados. No RH, assim como em qualquer área, há necessidade de se manter atualizado e presente para as mudanças, de modo que possa ir ajustando seu plano de desenvolvimento a elas. O que pode acontecer, na verdade, é que a digitalização pode abreviar e mudar a realização de certa tarefa, mas as pessoas são livres para continuarem estudando e evoluindo.
