Você está vivendo um dia normal. A rotina é a mesma, nada de novo. A mesma tranquilidade de sempre. Porém, de repente, ocorre um estalo, o coração acelera, o sangue parece formigar e a respiração fica difícil. Chegam as náuseas, a tontura e o corpo parece que vai desfalecer. Então, o hospital surge como destino óbvio.
São realizadas diversas consultas e exames, horas e mais horas de espera e no final, nada! Simplesmente nenhum indício do que ocorreu, os médicos dizem que você não tem nada baseado nos dados que possuem. Entretanto, esse não é um evento isolado.
Novamente, outro dia aparentemente normal e todas as sensações horríveis voltam à tona. Algumas perguntas vêm à mente. “O que está acontecendo comigo” e “Quando vou ter isso de novo?” são algumas delas. Neste ponto, começa a aparecer o medo do medo.
A síndrome ou transtorno do pânico é uma condição associada a crises repentinas de ansiedade aguda, além da presença de sintomas físicos e emocionais. É uma doença caracterizada pela ocorrência súbita e inesperada de crises de ansiedade, que atingem sua intensidade máxima em até 10 minutos e que podem acontecer durante o período de trabalho.
E qual o papel das empresas nessa situação?
Os pacientes com síndrome do pânico têm as maiores taxas de absenteísmo no trabalho e de queda de produtividade. Esse cenário aumenta a sinistralidade do uso de convênios ou de serviços públicos, sem contar os custos em procedimentos.
Nesse conjunto exposto, a atuação das empresas tem uma característica de impacto social, que pode ser determinante na saúde de seus funcionários. Elas podem atuar de forma efetiva disponibilizando acessibilidade aos tratamentos preventivos ou curativos, por meio de processos educativos e elucidativos sobre as doenças, de forma geral. Essa postura ética-humana resultará, com certeza, em uma relação de custo-efetividade positiva.
Essa atitude pode ser uma inovação desafiadora na vida das pessoas que trabalham em organizações, produzindo um novo paradigma em saúde corporativa com qualidade e gerando resultados socioeconômicos para ambos os lados em benefício mútuo.
As empresas que queiram impactar verdadeiramente na vida de seus colaboradores têm que protagonizar a prevenção e a humanização do ato de cuidar. Não podemos perder de vista que os adoecimentos são inúmeros e aparecem, numa grande proporção. Com uma gestão direcionada para a promoção da saúde física e emocional, o resultado será produtivo e garantirá uma conquista vitoriosa.
A importância do diagnóstico
Nesse ponto cabe frisar, enfaticamente, a importância de um bom diagnóstico inicial. Profissionais da saúde, precisar estar familiarizados com os sintomas da síndrome do pânico para que se estabeleça um tratamento adequado e para impedir que novas crises se avolumem. Afinal, caso elas ocorram, podem provocar o afastamento do ambiente laboral e um enorme sofrimento do indivíduo e seus familiares.
Como é o tratamento?
Baseia-se, principalmente, na tranquilização do paciente mediante informações consistentes. Neste contexto, deve-se reforçar o caráter passageiro das crises, evitando o desespero. Técnicas de relaxamento podem ser utilizadas neste caso e, em crises muito intensas, de tempo prolongado, recomenda-se a introdução de medicamentos específicos. O tratamento precoce é essencial para reduzir o sofrimento e evitar comorbidades.
Por isso, a psicoterapia é fundamental. Processos psicoeducativos, palestras informativas, reestruturação cognitiva e estimulação ao enfrentamento são novas formas de tratar a síndrome do pânico.
Já refletiu como é importante estar atento ao cuidado com a saúde mental de seus funcionários? Se não pensou, agora é a hora!
Por Sonia Pittigliani – psicóloga na Telavita, plataforma de consultas online que tem por objetivo conectar profissionais de saúde a pacientes de todo país.