O engajamento funciona como um antídoto ao absenteísmo e ao turnover
Por Carol Dias, Diretora de RH na Kraft Heinz e Colunista no Mundo RH
Antes de falarmos sobre como engajar colaboradores respeitando as suas diferenças, precisamos pontuar que a postura de colaboradores engajados é diferente da postura de profissionais que estão “apenas” satisfeitos. Claro, a satisfação é importante, as pessoas precisam estar satisfeitas com suas condições de trabalho, remuneração e benefícios, entre outros aspectos. Porém, geralmente são os profissionais mais engajados que costumam apresentar constantemente novas ideias e questionamentos que levam ao crescimento de qualquer negócio.
Atualmente, 89% das empresas reconhecem que bons resultados estão diretamente ligados à motivação e à felicidade dos colaboradores, segundo pesquisa feita pela consultoria Robert Half. Sabemos que o engajamento vai além da satisfação porque resulta de um sentimento de pertencimento. Quando um colaborador percebe que seu trabalho é verdadeiramente reconhecido e valorizado, ele é motivado a ser ainda mais produtivo e propositivo. Para mim, o engajamento funciona como um antídoto ao absenteísmo e ao turnover, duas preocupações constantes do nosso RH.
Visando aumentar a retenção de talentos e gerar orgulho em pertencer, na Kraft Heinz Brasil partimos do princípio de que cada colaborador tem objetivos e necessidades distintas, como ter oportunidades de crescimento na empresa e respeito ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Por isso, cada colaborador em atividade administrativa, tem um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI).
Cada PDI é alinhado com o gestor, que considera questões que precisam de aprimoramento, traçando as ações para melhorá-los, um processo personalizado e voltado a atender as necessidades de cada um. Paralelamente, temos notado um aumento no engajamento de colaboradores que utilizam nossa plataforma de cursos educacionais externos para se desenvolverem.
E, para além, quando visando fomentar e respeitar as diferenças, assumimos três estratégias conjuntas: contratar e desenvolver talentos de diversas origens e perspectivas; investir no desenvolvimento de líderes inclusivos; e rastrear todo o nosso progresso rumo a alcançar nossas metas de diversidade. Uma iniciativa muito bacana, que acontece todos os anos nos escritórios de Kraft Heinz em toda a América Latina, é a promoção de workshops e rodas de conversa sobre como o cotidiano da companhia é naturalmente atravessado por questões de gênero, raça, deficiência e LGBTQIA+.
As rodas de conversa são sempre momentos de muita emoção e empatia, quando os colaboradores contam suas histórias e compartilham seus desafios. Além disso, temos também estratégias para promover a oferta de empregos afirmativos para grupos minoritários. Atitudes como essas vêm impactando na redução do nosso turnover ano após ano.
Qual tal compartilharmos mais inspirações e provocações para líderes e gestores? Adoraria ler os comentários de vocês, afinal é sempre um desafio engajar times com respeito à diversidade de pensamentos e às vivências de cada um. Mas, apesar de difícil, é algo crucial. Afinal, o que é uma empresa, se não a soma dos talentos que trabalham nela?