Para a especialista no setor, Camila Salek, a Copa representa um momento crucial para o mercado conversar com suas comunidades e explorar a inteligência geolocal
A Copa 2022 está na área. Nesta semana, algumas seleções entraram em campo – incluindo a brasileira – para dar os primeiros chutes do campeonato mundial mais esperado pelos amantes do futebol. E, nesse sentido, o Brasil ganha protagonismo, já que o esporte é uma paixão nacional e tem tradição nesses eventos.
O evento, que neste ano tem algumas particularidades – como acontecer próximo à Black Friday – e traz diversas oportunidades para potencializar o varejo, segundo Camila Salek, especialista do setor e CEO da Vimer Retail Experience. “O senso de coletivo tende a ser muito exponenciado a partir do movimento de torcidas pela seleção brasileira, é um momento oportuno para o varejo aprender a construir diálogos com comunidades.”, afirma Camila.
As lojas físicas têm um papel fundamental nesse movimento, por serem cada vez mais palco para essas comunidades se expressarem. Como exemplo, Camila Salek conta sobre as lojas da Nike voltadas para comunidades, onde o time de vendas de cada unidade faz parte da comunidade local e aparecem em um quadro, na entrada da loja, com especificações sobre seu perfil, para que o consumidor possa ser atendido de forma especializada de acordo com seus interesses e necessidades.
“O vendedor é um gestor de comunidade e tem a responsabilidade de estimular a atividade esportiva que pratica com a comunidade atendida pela loja, provocando inclusive, a recorrência”, aponta a especialista.
Meu Brasil brasileiro
A evidência que o Brasil ganha mundialmente nesse momento, também pode fazer parte da comunicação do varejo com suas comunidades, incluindo referências à sua cultura, história – e nesse sentido, o futebol faz parte dessa realidade.
O verde e amarelo, além de produtos, materiais e sentimentos que representam o Brasil podem ser usados pelo varejo para impulsionar o seu relacionamento com o consumidor, e, por consequência, suas vendas. De acordo com uma pesquisa feita pela agência Ana Couto, 58% dos entrevistados concordam que sentem saudade de usar algo com as cores do Brasil.
A especialista alerta sobre a importância da loja física nessa comunicação, mas que os demais canais não devem ser esquecidos. “Não adianta gritar gol nas redes sociais e não usar a loja também como espaço de mídia, e vice-versa”.
Muito além das cores
Para Camila, esse mood Copa vai muito além das cores. Ela cita como exemplo o trabalho que a Vimer desenvolve com a Natura, levando para a comunicação de ponto de venda elementos relacionados às matérias-primas vindas da Amazônia que são utilizados como ingredientes para a produção de algumas de suas linhas de produtos. “A marca carrega um Sempre levamos para o Visual Merchandising um conceito estético muito voltado para a brasilidade, algo que faz parte da essência da marca”.
Uma das apostas de Camila Salek para o fim do ano é o Natal Regional, que traz justamente o conceito estético de valorização dos produtos e ingredientes locais. “A Copa vai ajudar a dar ainda mais força para esse resgate cultural. O Brasil é muito diverso, e as possibilidades de explorar o regionalismo são inúmeras”, conclui.