Com a chegada da pandemia, observamos uma série de mudanças de comportamento fora e dentro das empresas. Isso dificultou a retenção de talentos em um momento de grave instabilidade econômica. Em contrapartida, as empresas mais competitivas, como as startups e as fintechs, startups da área financeira, continuaram seus processos de contrações e conseguiram manter o crescimento ativo dentro do mercado.
Um estudo realizado pela Inside Fintech Report, mostra que as fintechs brasileiras tiveram uma captação recorde de investimento em 2020, e as startups, no geral, captaram US$ 1,9 bilhão no último ano, 73% a mais do que em 2019. O estudo ainda revela que o segredo é ter uma equipe motivada e alinhada com os princípios da empresa.
A especialista em Direito para startups do Lage & Oliveira Advogados, Lorena Lage, conta que, para startups, a retenção de talentos é muito mais importante do que para empresas tradicionais, ainda mais para aquelas que estão em fase inicial. “As empresas são criadas e compostas por pessoas. E, para uma startup que está começando, é importante formar um time sólido e estruturado, para que o investimento feito gere resultados. E, em meio a uma dificuldade enorme de encontrar profissionais na área tecnológica, atrair e reter talentos passa a ter uma importância adicional para as startups.”, afirma.
Outra opção é investir em ferramentas que auxiliem o processo dentro das startups. O Vesting, por exemplo, é uma ferramenta que possibilita ao colaborador adquirir participação societária na startup, de forma progressiva, caso cumpra os prazos e demais condições acordadas. “Para o empreendedor, a ferramenta possibilita atrair e reter talentos desde o início do negócio. Além de manter um clima organizacional agradável no time”, aconselha a advogada. Este formato permite à empresa selecionar à dedo os colaboradores que pretende reter, oferecendo condições interessantes para o crescimento conjunto.
Já quem está em busca de um plano de ações para impulsionar o negócio, mostrando o que o colaborador pode ganhar em conjunto com o crescimento da empresa, num médio e longo prazo, o Stock Options é uma boa solução. “Ele é um tipo de incentivo de Longo Prazo (ILP), por meio do qual a empresa oferece aos colaboradores a opção de adquirir suas ações a um valor que é definido previamente, após passado certo período de tempo e após cumpridas determinadas atividades para a empresa”, comenta a especialista. Ela conta ainda que a ideia é tornar a compra de ações um incentivo adicional para se manter na empresa, já que a empresa abre a oportunidade para que os interessados em crescer junto com o negócio, possam entender o que devem fazer para conquistar esse tipo de oportunidade, mirando algo num prazo maior e não forma imediatista.
Independente da ferramenta que o empreendedor escolher, o mesmo deve estar ciente que a otimização de processos, junto com as boas práticas de retenção de talentos, fazem o negócio crescer. “Não dá para reter bons talentos sem uma comunicação transparente, feedback constante e um bom clima organizacional”, completa Lorena.