Desde que a pandemia foi decretada por conta do coronavírus, as empresas do mundo todo precisaram se adaptar. O home office, ou trabalho remoto, virou uma realidade, e o contato presencial com as equipes deixou de existir de uma hora para outra e o modo como os líderes comandavam suas equipes teve que ser reavaliado.
Para a Adecco Brasil, empresa global em Recursos Humanos, de um lado, existe um gestor que precisa encontrar o ponto de equilíbrio entre delegação autônoma e confiança para acreditar que o trabalho está sendo feito. Mas, do outro lado, temos o colaborador que se sente pressionado a demonstrar seus resultados e ter certeza de que seu trabalho está sendo visto mesmo à distância.
Letícia Oliveira, gerente nacional de vendas da Adecco Brasil, destaca o uso de aplicativos de conversa, como whatsapp, Teams ou chats diversos, como facilitador na liderança à distância: “é importante definir claramente quais ferramentas serão adotadas para a comunicação, pois pode ajudar na hora de criar uma conexão e intimidade com o time. É possível adotar uma ferramenta para a comunicação urgente, um canal para informações importantes, outro canal para gestão de projetos. Assim, sempre haverá contato com a equipe”, comenta.
“Em conjunto com o uso de aplicativos, a transparência na comunicação com todos, o reforço da cultura da empresa por meio de pequenos encontros virtuais – e se possível presenciais -, e a definição de responsabilidades e entregas para cada membro da equipe também são pontos cruciais para um alinhamento de expectativas e efetividade no plano de trabalho”, finaliza ela.
Porém, deve-se ficar atento para que não haja excesso nas horas trabalhadas e saber ser humano para enxergar quando acontece. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA) mostra que a intenção dos brasileiros de permanecerem trabalhando em casa só cresce – ao mesmo tempo em que relatam ter uma jornada de trabalho muito maior do que a estipulada em contrato. Para Letícia, o papel do RH e dos líderes nesse momento é extremamente importante para a conscientização e criação desses limites.
“É importante trabalhar tanto de forma preventiva quanto no suporte. Na Adecco, por exemplo, trabalhamos de forma preventiva com programas como “Conecte-se com você”, onde promovemos espaços abertos de fala, atividades físicas, dicas de saúde, “Friday no meeting afternoon, entre outros”, comenta.
Sendo assim, além de ter características de especialista e dominar o assunto e as entregas, um bom líder deve ter características de humildade, empatia e resiliência. Hoje as pessoas buscam líderes que os motivem, incentivem, inspirem e até as desafiem. Por isso, pessoas que buscam cargos de liderança, devem estar em constante aprendizado para se tornar não somente um profissional mais completo, mas também, um ser humano admirável”, finaliza Letícia.
