Como já escrevi em artigos anteriores, na minha vida aprendi cedo (ainda bem), que fazer o “a mais”, surpreender, antecipar, impacta e traz sempre ótimas consequências, que impulsionam nossas vidas e carreiras.
Por exemplo, se te pedirem a criação de uma planilha de excel com base em alguns números, entregue gráficos. Se te pedirem gráficos, levem os mesmos já analisados e com relatórios. Se te pedirem relatórios, acrescente algumas pesquisas de mercado junto a eles. E se te pedirem pesquisas de mercado, análise com exatidão, e se possível recomende novos caminhos a seguir.
Estes exemplos que dei acima, para fazer o “a mais”, eram sempre evidenciados por um excelente CEO com que trabalhei há anos. Ele sempre dizia: “a diferença do ORDINÁRIO e do EXTRAORDINÁRIO, está na palavra e nas atitudes que nos fazem entregar o EXTRA”.
Diante deste contexto do EXTRA e estimulado pelo enredo do maravilhoso filme Extraordinário, resolvi escrever este artigo para refletirmos mais sobre como os profissionais poderiam inserir em suas rotinas diárias – a prática de fazer o “a mais”, o EXTRA, e com isso impulsionar as suas carreiras.
O filme Extraordinário conta a história de Auggie, que nasceu com uma deformação facial de origem genética. Auggie já havia passado por vinte e sete cirurgias e, devido à sua baixa autoestima provocada por sua aparência, vive sem sair da casa. Quando sai à rua, esconde o rosto utilizando um capacete de astronauta, que ganhou da amiga da sua irmã. Durante a sua infância, Auggie foi alfabetizado em casa pela mãe e professora, Isabel.
Uma reviravolta na vida de Auggie começa, quando Isabel e Nate, pais do garotinho, decidem que chegou a hora dele encarar o mundo e o matriculam em uma escola. A vivência no ensino fundamental, como muitos sabem, pode ser cruel. Na escola, Auggie teve de lidar com os olhares de estranheza de seus colegas, o sentimento de isolamento e o bullying. Mas também é ali que faz as amizades que o ajudam a sair de seu casulo e a mostra realmente toda a sua beleza que se encontrava por de trás daquele capacete de astronauta.
Este filme apenas me reforçou algo que vejo todos os dias no mundo organizacional. O nosso modelo educacional e o mindset fixo, nos fez muitas vezes valorizar mais a matemática e os idiomas, em detrimento das artes.
Por conta desta crença, muitos profissionais escolheram e escolhem carreiras e formações (graduações e especializações), olhando muito mais sobre a ótica do sucesso financeiro, do que dos seus verdadeiros dons, da sua verdadeira arte e, com isso, deixaram por baixo dos seus “capacetes de astronautas corporativos”, o mesmo que o Auggie usava no filme, o que realmente eles gostam e fazem bem.
Deixam adormecidos o seu EXTRA, e vivem planos de vida e carreira desalinhados dos seus sonhos e dos seus verdadeiros potenciais.
Num mundo onde as inovações e as mudanças estão super presentes, quem Experimenta novas Experiências (2EX) tem a oportunidade de crescer na vida e na carreira. E acredito que ótimos profissionais poderiam deixar em casa os seus “capacetes de astronautas”, e trazer para a vida corporativa mais da sua verdadeira arte, mantendo o curso das suas carreiras atuais ou planejando algum movimento mais brusco, para se aproximar do que realmente eles fazem bem e gostam de fazer.
O potencial dos seres humanos e a capacidade de transformação deles quando entram em estado de FLOW, ou seja, em contato com a sua arte e o seu extra, é inimaginável.
Por isso, não percam tempo, vá em busca daquilo que te faz bem e que fará o bem aos outros … o seu EXTRA.
Por Gustavo Mançanares Leme – Executivo de RH com experiências em processos de transformações culturais e turn around de negócios. Estrategista e especialista em práticas de excelência em desenvolvimento e performance organizacional.
Veja todos os artigos que escrevi: