Por Daniela Gebara, sócia fundadora e diretora comercial da agência full digital ROCKY, do Grupo Raccoon, empresa da S4 Capital.
Ser um gestor significa lidar com uma série de responsabilidades, dentre as quais delegar tarefas e funções para seus colaboradores. É uma obrigação que pode se revelar complexa, principalmente tendo em vista as mudanças radicais pelas quais o mundo do trabalho vive, com fenômenos como a terceirização, a formação de profissionais multicapacitados e mesmo o estabelecimento do home office em vários setores. Saber a filosofia de liderança mais adequada a aplicar no dia a dia impacta diretamente na saúde produtiva da sua empresa.
Digo que a liderança é um exercício complexo por alguns fatores específicos. As mudanças no mundo do trabalho trazidas pela automação de uma série de atividades, pela revisão dos vínculos na relação patrão e empregado, pela robotização e outras questões alteraram o cenário de muitas empresas e indústrias. É preciso repensar os atributos que fazem um bom líder num cenário tão incerto, com profissões morrendo e novas surgindo.
Outro fator que levo sempre em conta é que liderar implica lidar com uma infinidade de tipos de profissionais diferentes, com distintas capacidades, talentos e habilidades. É preciso ser flexível e atencioso para as formas com as quais as pessoas desenvolvem suas melhores facetas profissionais. Já não vivemos numa era de trabalhadores uniformes e estanques, mas de pessoas dinâmicas e multifacetadas, e é preciso ter sensibilidade para lidar com essa diversidade de modos de trabalhar.
Além disso, os líderes devem ter em mente que os profissionais que fazem parte do seu time são pessoas que sofrem com as demandas do seu tempo. Numa época de profundas incertezas, em que questões envolvendo a saúde mental e o senso de segurança dos trabalhadores são sempre colocadas em discussão, “compreensão” e “empatia” são palavras chave para o estabelecimento de uma relação de parceria com os colaboradores.
Uma filosofia de liderança que não tem em vista a diversidade de personalidades que compõem uma equipe inescapavelmente leva a empresa à estagnação criativa e produtiva, afetando a forma das pessoas de atuarem em suas funções de uma maneira que seja leve e efetiva. O trabalho ocupa a maior parte dos nossos dias e, consequentemente, das nossas vidas. Ele não deve ser um peso, mas algo que nos ajude a viver melhor.
Num relatório produzido pelo Fórum Econômico Mundial e publicado em 2018, um documento dedicado a compreender o futuro das profissões com base nas mudanças que vemos operando recentemente, dispõe-se que as pessoas devem dispor de certos atributos para que sejam bem sucedidas no ambiente de trabalho. Eles são:
- Capacidade de resolver problemas complexos
- Pensamento crítico
- Inteligência emocional
- Capacidade de entender os outros, bem como de liderar e influenciar as pessoas
Uma filosofia de liderança eficiente deve, naturalmente, congregar todas estas qualidades na figura do líder, acompanhando o perfil dos seus colaboradores. Não acredito que o líder ainda ocupe uma posição que diz respeito apenas ao poder e à hierarquia, mas que ele se envolva de forma sensível e flexível com as personalidades dos seus colaboradores.