A Companhia de Estágios, um dos principais players do mercado que oferece soluções em recrutamento e seleção, atingiu mais de 1.4 milhão de jovens talentos cadastrados em sua plataforma. Responsável pelo desenvolvimento de programas de atração de jovens aprendizes, estagiários e trainees para mais de 300 empresas, eles atendem clientes como Amazon, Twitter, Scania, Reckitt Benckiser, Sanofi, Klabin, entre outras.
Hoje, a Companhia de Estágios tem mais de 1 mil vagas abertas em todo o Brasil, recebe mais de 1 mil inscrições por dia e possui mais de 3 mil instituições de ensino parceiras. Por ano, mais de 4 mil vagas são gerenciadas pela empresa.
Os estudantes que buscam por uma oportunidade de trabalho podem se cadastrar gratuitamente no site www.ciadeestagios.com.br/estudantes. Após o cadastro, o candidato é convidado para uma atividade em formato de game que simula a busca pelo estágio. No decorrer das fases do jogo, ele é convidado a tomar decisões para avançar, além de acumular pontos até chegar ao seu objetivo final: a vaga.
“Mais do que ter uma tecnologia, precisamos saber usá-la. Tomar decisões assertivas e de forma rápida é um dos principais desafios atualmente, por isso usamos gamificação e realidade virtual para selecionar talentos que serão futuros líderes. Também usamos inteligência artificial para filtrar os melhores candidatos para as vagas. E aqui falo de competências mais sofisticadas, não apenas dos filtros de cursos, ano de formação, geolocalização, testes de inglês e lógica. Usamos filtros baseados em soft skills, ou seja, na personalidade dos estudantes. Através desse retrato, fazemos o match entre vaga e candidato”, afirma Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios.
Segundo o executivo, quando colocada em prática, a A.I. aumenta em 80% a assertividade dos perfis, levando para as próximas etapas da seleção candidatos que façam mais sentido com a cultura e valores da empresa contratante. A tecnologia também auxilia a atrair diversidade, uma das maiores dores do RH. Em 2020, ajudamos empresas como Twitter, Sanofi, Klabin, Gerdau, Corteva, entre outras, a gerarem inclusão em seus programas de estágio. “Nossa expectativa é seguir investindo em ferramentas e serviços cada vez mais robustos”, diz Tiago. Para 2021, a consultoria vai ultrapassar a marca de R$ 2 milhões investidos em tecnologia e novos produtos.
Pandemia pressiona jovens
De acordo com a 5ª edição da Pesquisa Carreira e Mercado, realizada em 2020 pela Companhia de Estágios, a pandemia aumentou a pressão financeira sobre estagiários e candidatos a estágio. O número de estudantes buscando emprego para ajudar no orçamento familiar cresceu de 17% em 2019 para 20% em 2020. Além disso, 75% deles disseram contribuir de alguma forma com as despesas da casa — deste total, 35% pagam ao menos uma conta; 27% racham as despesas com os pais; 7% são os principais responsáveis pela casa; e 6% contribuem com a maior parte das contas. Mais de 5.000 jovens responderam à pesquisa.
“Com mais de 14 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, esse movimento dos estagiários passarem a contribuir mais em casa já era esperado, porém, o risco maior é que eles acabem no subdesemprego pela necessidade de ajudar a família”, alerta Tiago.
Outro dado importante é que a pandemia desacelerou a média de efetivação de estagiários. O indicador vinha crescendo de 2016 até 2019, mas, em 2020, foi a menor taxa de efetivação da série histórica, com 37,1% de estagiários contratados. Em 2018 e 2019, por exemplo, o número foi de 44,3% e 45,2%, respectivamente.
Boas notícias para o mercado de trabalho
Segundo o especialista, o cenário não é apenas de notícias negativas. Se compararmos o primeiro com o segundo semestre de 2020, o número de vagas aumentou 35%. “No início da pandemia, as empresas congelaram as vagas por conta das incertezas. Mas, de setembro em diante, o mercado mudou. As companhias se adaptaram à nova realidade de trabalho remoto e entenderam que não fazia sentido abandonar os programas de estágio e de trainee. Com isso, as oportunidades que estavam represadas voltaram com força na reta final de 2020, causando um reaquecimento nas contratações”, explica Tiago.
“Nota-se uma grande preocupação das empresas em garantir um quadro de funcionários que efetivamente reflita a sociedade brasileira. Ter 54% de negros na companhia, em todos os níveis hierárquicos, tornou-se meta e os programas de estágio são uma porta de entrada importante para estes profissionais”, ressalta Tiago. O executivo acredita que, hoje, as grandes organizações querem ter ideias e pontos de vista diversos em todas as áreas e não majoritariamente em funções operacionais, como historicamente sempre aconteceu. “Isso tem gerado um movimento de mercado que incentiva e contagia positivamente outras empresas a fazer o mesmo”, completa.