Que tal aplicar essas reflexões para acelerar sua trajetória como líder?
Luana Lourençon, colunista do Mundo RH, se destaca no universo corporativo como especialista em comunicação e master coach de carreira. Além disso, foi reconhecida como LinkedIn Top Voice e é integrante do seleto grupo de LinkedIn Creator
“Quem me dera ao menos uma vez explicar o que ninguém consegue entender” (“Índios” – Renato Russo).
Sabe o que podemos tirar desse trecho da canção para explicar a importância da comunicação assertiva, principalmente, em cargos de liderança?
O bom líder consegue, sim, explicar e se fazer entender diante de sua equipe e gestores quando desenvolve habilidades para se comunicar melhor: com mais tranquilidade, clareza, objetividade e falta de ruídos na fala.
Por que essa aptidão é tão essencial no mundo corporativo?
Se parar para pensar que um profissional se lembra de oito a nove vezes mais daquilo que é dito por um gestor direto do que aquilo que ele lê, ouve ou vê nos veículos de comunicação da empresa, a gente chega à conclusão sobre essa importância no momento em que um líder se comunica.
A influência, o impacto, a disseminação da mensagem de líderes dentro das corporações se tornam muito relevantes para os negócios delas. Não é à toa que, hoje, a comunicação assertiva está entre as soft skills (competências comportamentais) mais desejadas pelo mercado de trabalho.
Neste artigo, mostro a importância de desenvolver as quatro habilidades para que um líder – e profissionais estratégico no mundo corporativo – aprenda a se comunicar de forma assertiva e comece a gerar resultados, tanto para a empresa onde trabalha, quanto para sua própria carreira de liderança.
Você vai entender por que, a partir do momento em que um profissional que exerce uma função de líder e desenvolve a comunicação assertiva, lida melhor com as adversidades, os desafios e sabe valorizar a diversidade que, hoje em dia, também define o mundo corporativo.
Vamos nessa?
Os 4 pontos de reflexão para a comunicação assertiva
O processo de desenvolvimento da comunicação assertiva começa de dentro para fora. É importante que o líder se perceba como pessoa: quais são seus valores; como está emocionalmente falando; de que maneira se vê nas atividades do dia a dia, dentro da empresa e diante de sua equipe. Como? Foco na prática desses 4 pontos de reflexão:
1) Autoconhecimento:
É a base de tudo. É muito importante que o líder esteja com o autoconhecimento em dia. Ou seja, que saiba exatamente qual é seu perfil comportamental, a forma como se comunica, respeitando sua essência e reconhecendo seus valores.
Estou mentorando um alto executivo para que ele alcance o nível máximo de liderança na empresa onde trabalha.
Durante o processo de desenvolvimento, fomos percebendo que esse profissional tem perfis opostos, mas que se complementam: o mais analítico e humano, com elementos em destaque como a escuta ativa e a compreensão; e o mais prático, do “vamos resolver!”.
Com esses pontos fortes – reconhecidos através do trabalho de autoconhecimento – meu mentorado conseguiu perceber que ele tem tudo que precisa para ser duro com os processos, sem ser duro com as pessoas.
Começamos a enxergar que os comportamentos dele foram melhorando a partir do momento em que os coordenadores e supervisores que se reportavam a ele passaram a ser promovidos. Isso significa que meu mentorado, hoje, é visto como uma influência e inspiração no ambiente em que ele atua.
É um exemplo de bom líder, que investe e sabe colocar em prática a comunicação assertiva, não é verdade?!
Mas nem sempre você vai ter um profissional como esse, para ajudar no seu desenvolvimento dentro de uma empresa. É preciso, então, que você faça isso por e para você mesmo(a). Sabe por quê? O mundo corporativo espera que os profissionais estejam prontos para atuar no cargo que exercem. Especialmente, o de líder.
💡Por isso, repito sempre: o primeiro passo é investir no autoconhecimento para se perceber e, por consequência, se preparar para ser protagonista da sua própria história profissional.
2) Inteligência emocional:
Para o bom desenvolvimento da comunicação assertiva é preciso identificar suas emoções e saber o que fazer com elas. É o processo da autopercepção, que fará com que o líder:
promova uma análise de cenário mais profunda sobre si mesmo;
acolha as emoções que vão aparecer para ele;
decida o que fazer com as emoções.
Essa habilidade ajuda você, líder, a estimular um ambiente com mais saúde mental e segurança psicológica, especialmente, quando falamos de tendências do futuro do mercado do trabalho, no qual as diversas gerações vão estar juntas – e misturadas! – o que pode resultar em conflitos.
Se um líder, por exemplo, tem estopim curto, impaciência para lidar com a diferença, ele vai acabar afastando sua equipe de si. Portanto, uma inteligência emocional bem desenvolvida – com a conquista do autoconhecimento e autopercepção – é essencial para que o profissional que atua em cargo de liderança saiba lidar muito bem com as adversidades, tão comuns no ambiente de trabalho.
Percebe o quanto é sobre comportamento e não conhecimento técnico? É a realidade do mercado de trabalho atual.
Vou dar um exemplo bem claro sobre isso. Estou fazendo um projeto de desenvolvimento de liderança em uma indústria no interior do Rio de Janeiro, onde há uma diversidade de perfis dentro da equipe de gestores: uma líder com características mais dominantes, é executora e vai direto ao ponto; e um líder bem mais analítico.
Dois comportamentos que geram desconfortos entre eles: para ela, gera uma irritabilidade que está ligada à lentidão, ao ser prolixo; para ele, está ligada à pressa excessiva na resolução das coisas.
Com o processo de desenvolvimento da inteligência emocional, eles estão conseguindo perceber os gatilhos que podem gerar esses desconfortos internos e, dessa forma, evitar que as emoções ruins dominem a mente, o corpo e impactem no ambiente de trabalho.
É o saber lidar com as diferenças!
Afinal de contas, como diria Gilberto Gil na música “Ser Diferente É Normal”: “Todo mundo tem seu jeito singular de ser feliz, de viver e de enxergar”.
🌈Precisamos da diversidade para termos resultados dentro de uma corporação. Se todo mundo pensar igual em um ambiente de trabalho, a equipe não vai performar bem e a empresa, por sua vez, não vai se tornar competitiva.
Saiba desenvolver inteligência emocional para lidar bem com as diferenças e proporcionar segurança a sua equipe.
3) Articulação:
“Sempre fiquei quieta, agora vou falar. Se você tem boca, aprende a usar”.
Mesmo sendo imperativo, o trecho da canção da IZA, em “Dona de Mim”, tem um quê de articulação: saber falar e bem.
É uma habilidade comportamental importantíssima à garantia de uma imagem de sucesso de um profissional que quer ser um líder. É a cereja do bolo quando o assunto é a comunicação assertiva.
A articulação, no mundo corporativo, ajuda esses profissionais a ganhar destaque, influenciar e ajudar suas equipes a se desenvolverem melhor e, por consequência, fazer a empresa gerar resultados.
Como desenvolver a articulação? Assim como o autoconhecimento, é de dentro para fora: conhecer seu perfil, saber quais são as características que precisa aproveitar para o seu posicionamento assertivo e ser autêntico(a).
Vou contar essa história, novamente, porque exemplifica muito bem o processo de desenvolvimento da articulação e comunicação assertiva.
Estou trabalhando, pela segunda vez, com um líder muito bem conceituado na área em que atua. Na primeira vez que me procurou, ele tinha a seguinte a crença: “Quem precisa saber do meu trabalho, já sabe”. O que meu mentorado quis dizer é que somente o líder direto dele precisava conhecer o que ele fazia.
Não é bem assim!
Tanto que, um belo dia, a empresa o demitiu, mesmo sabendo que se tratava de um profissional muito competente.
Para que ele pudesse, então, conquistar um novo emprego e o crescimento profissional que tanto almejava, meu mentorado precisou entender que ele precisava ser visto.
O primeiro passo seria quebrar a crença limitante que tinha. Em seguida, desenvolver habilidades que pudessem fazê-lo aparecer; entre elas: a comunicação assertiva.
Hoje, meu mentorado tem um novo emprego, conquistou – em um ano – uma promoção de cargo. Ele se tornou um líder mais valorizado e respeitado e é visto como referência para um próximo passo profissional dentro da organização onde trabalha, que é desenvolver a articulação.
De que maneira? Participando de reuniões, aproveitando as oportunidades internas da empresa para apresentar projetos; e, principalmente, falando bem com sua equipe, estimulando o perfil de cada colaborador.
Se você fala bem, apresenta suas ideias com uma comunicação que desperte a emoção no outro, o sucesso vem!
Só mais um exemplo?
Lembra do alto executivo, sobre o qual falei, que busca alcançar o nível máximo de liderança na empresa onde trabalha? Ele tinha um grande projeto: a integração de um profissional com deficiência motora na área operacional da corporação.
Até mostrar o trabalho, meu mentorado não tinha percebido o quão relevante o projeto era para a mudança de cultura da organização. O projeto virou um case de sucesso que trouxe muita visibilidade para esse profissional. Ele simplesmente contou, falou, comunicou à empresa sobre o que estava fazendo.
Sabe aquela máxima “Não basta apenas ser. É preciso parecer ser”? Ela muda o jogo!
4) Autoconfiança
💪É importante trabalhar essa habilidade com a inteligência emocional para evitar a autossabotagem.
Todos nós temos crenças que nos ajudam a seguir em frente e crescer. Mas outras que nos colocam para baixo. Dependendo da maneira como você foca seu pensamento, ele vai gerar emoções, comportamentos e, por fim, resultados que podem ser positivos ou não.
Por exemplo, se o seu pensamento está ligado à crenças negativas como “é muito difícil saber lidar com diferenças”, “não consigo falar e expor minhas ideias”, ele vai gerar emoções ruins de insegurança, medo; e, por consequência, comportamentos sabotadores como se esconder, se fazer despercebido em reuniões. O resultado não vai ser bom: você, provavelmente, não vai ser visto, nem lembrado. É um ciclo vicioso.
Mas, quando muda esse cenário com pensamentos positivos, não sabotadores, você entra em um ciclo virtuoso. As coisas começam dar certo. Você vai ter mais confiança por saber o que quer, onde e como chegar, além de levar sua equipe com você pelo caminho do sucesso.
“O pensamento é o fundamento” (já dizia Cidade Negra) de todo propósito e ação, não é mesmo?
Lembre-se: um ambiente de confiança é fundamental para um trabalho bem-feito. O contrário é sinônimo de fracasso onde você atua, para seus liderados e para a empresa.
A dica é: refletir, questionar, se ouvir mais, olhar mais para dentro de si a fim de ter certeza e, principalmente, confiança do que pretende fazer. Isso vai ajudar você, líder, a ter mais segurança para se comunicar melhor com seus gestores e, principalmente, com seus liderados. Vai ser bem mais satisfatório, acredite!
Que tal colocar em prática essas reflexões para impulsionar sua jornada como líder?
Comece pelo autoconhecimento para ter uma inteligência emocional e uma articulação bem trabalhadas e ter sucesso em sua trajetória na liderança.
E, se este artigo fez sentido para você, quero fazer um convite especial:
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🗣️Quem comunica, lidera. Vamos juntos!
#PraTodosVerem: sou uma mulher de pele clara, cabelos loiros e lisos, na altura dos ombros e olhos verdes. Tenho estatura média. Na foto, visto uma calça bege, blusa branca e blazer rosa. Estou sorrindo.