Por Gabriel Kessler CGO do Dialog.ci
O trabalho remoto atravessa muitas empresas há mais de um ano e, mesmo com toda a sua flexibilidade, são perceptíveis os primeiros sinais de fadiga dos colaboradores nesse modelo. Prova disso é que, segundo estudo da Gartner, 93% dos líderes de RH relataram estar cada vez mais preocupados com o esgotamento dos funcionários. A boa notícia é a possibilidade de estabelecer um ambiente mais positivo com a ajuda de uma boa estratégia de comunicação interna e o uso de ferramentas adequadas.
“Ao explorar as diferenças entre ambientes de trabalho presenciais e híbridos, nossa pesquisa descobriu que uma série de recursos nativos do modelo híbrido estão causando fadiga, e isso está colocando o bem-estar do funcionário em risco. Além disso, muitas das estratégias que as organizações estão empregando para garantir a produtividade estão, na verdade, exacerbando esses fatores de fadiga”, afirma Alexia Cambon, diretora da Gartner.
O que tem afetado a concentração dos colaboradores?
Três fatores-chave são apontados pela consultoria como causas de desgaste: distrações digitais, sobrecarga virtual e dificuldade de desconexão.
Distrações no trabalho:
- E-mails;
- Ligações e videoconferências de trabalho não planejadas;
- Notificações de mensagens no chat corporativo;
- Atualizações ou requisição de reuniões.
Distrações digitais:
- E-mails pessoais;
- Mensagens de texto;
- Notificações de redes sociais;
- Manchetes de notícias;
- Ligações e videoconferências pessoais não planejadas.
Distrações pessoais:
- Responsabilidades domésticas;
- Responsabilidades de cuidado (aos familiares etc);
- Entregas/correio.
E-mail: mocinho ou vilão da Comunicação Interna?
A Gartner afirma que “altos níveis de virtualização são cognitivamente desgastantes para o funcionário, com 75% dos líderes de RH concordando que o aumento no número de pontos de contato virtuais coloca os colaboradores em risco de esgotamento”.
Portanto, o e-mail, que antes era um dos únicos pontos de contato virtual entre empresa e colaborador se tornou um de muitos. E o uso excessivo dessa ferramenta contribui diretamente para a fadiga.
Um estudo realizado pela Universidade Católica da Lovaina (Bélgica) relata que o excesso de e-mails está diretamente relacionado ao aumento de estresse dos colaboradores e a perda de produtividade.
Para Caroline Sauvajol-Rialland, professora responsável pela pesquisa, essa “sobrecarga de informação” causa interrupções na concentração do funcionário e em seu ritmo de trabalho. Ela também explica que 30% do tempo do profissional é usado para atender ligações ou responder e-mails.
É importante salientar que abusar do envio de e-mails gera prejuízos para a comunicação interna (e, consequentemente, para o resultados e finanças do negócio).
Então, a solução não é abandonar a comunicação online (longe disso!), mas sim adotar uma estratégia de Comunicação Interna digital de forma que não sobrecarregue o colaborador, oferecendo as informações de forma objetiva. Preferencialmente, em um mesmo canal para concentrar a atenção e o tempo do colaborador.