Saber se comunicar de forma clara e convincente é essencial para todas as carreiras, seja você um empresário, um prestador de serviços, um vendedor, um palestrante profissional. Se sua mensagem vem cheia de ruídos, incongruências, e sua maneira de expressá-la é tímida, não muito assertiva, as chances de você resolver um problema, expor uma tarefa, bater uma meta, caem drasticamente.
A comunicação de uma ideia, um projeto, um serviço, um produto, ou até mesmo da própria imagem, fica mais fácil se alguns passos forem seguidos. Neste texto, o CEO do Instituto Gente, empresário, administrador com ênfase em marketing e palestrante especializado em desenvolvimento profissional e em negócios, Arthur Shinyashiki, dá algumas dicas relacionadas à motivação, estrutura, comunicação e compreensão do comportamento humano necessárias para se fazer uma boa palestra.
Antes de tudo, Shinyashiki afirma que o palestrante necessita trabalhar sua autoimagem. De acordo com o CEO do Instituto Gente, o que faz muitas pessoas temerem a exposição e se intimidarem na hora de passar sua mensagem é a baixa autoestima. “Para ser bem-sucedido nesta tarefa é preciso mostrar o lado superstar, que consiste em aceitar ‘defeitos’ como virtude. O que faz você diferente é a sua parte mais legal”, diz. Após a aceitação de que se é importante, adquire-se confiança e fica mais fácil falar de maneira convincente, logo com mais chances de sucesso.
Para que sua mensagem seja mais efetiva, é preciso compreender, conforme Shinyashiki, que 95% de todas as ações humanas são controladas pelo inconsciente, tendo forte influência das emoções. Como contrapartida, apenas 5% do que as pessoas fazem se dá no âmbito da consciência. “Sempre que estiver falando com alguém e esta pessoa te apresentar objeções pense que elas ocorrem na mente consciente, ou seja, podem ser contornadas”, diz. Assim, explica o palestrante, quando quiser influenciar as decisões de outras pessoas procure agir no campo das emoções; a mudança será perene.
Conforme Shinyashiki, o poder de se conectar com as emoções das pessoas será tanto maior quanto for o entendimento do palestrante em relação ao sentimento das pessoas no momento da palestra. É necessário exercer a empatia, procurar entender o que o outro está sentindo naquele momento e tentar se colocar no lugar dele, para que o discurso seja efetivo. Assim, o bom comunicador é aquele que sabe adaptar o teor e a forma do discurso ao perfil emotivo da audiência.
Estruturar e comunicar
Shinyashiki destaca que se comunicar bem não é despejar conteúdo e informações, mas saber contar uma história. Nesse sentido, a estrutura é fundamental. Uma boa palestra, segundo o CEO do Instituto Gente, deve começar com a apresentação de um problema. Em seguida, precisa enumerar as alternativas para a solução. “Ao fazer isso, você mostra que se preparou para aquela apresentação e que conhece a fundo a questão”, explica. Por fim, apresenta a solução, que deve conter a sua visão bem explicada e detalhada dos fatos. “É imprescindível conseguir explicar claramente porque a sua alternativa de resolução é o melhor caminho a ser seguido”, conta.
O palestrante explica que uma boa apresentação necessariamente precisa entregar respostas. Sem a saída para o dilema a pessoa fica angustiada e desmotivada “A resolução do problema é o que irá impulsionar a pessoa à ação, ao entendimento de que é preciso se movimentar para que a situação atual mude”, diz. De acordo com Shinyashiki, uma palestra – seja qual for seu objetivo – que não inspire o interlocutor a agir não pode ser considerada uma ação de comunicação bem-sucedida.
Tão importante quanto estruturar é comunicar a mensagem a ser transmitida. E aqui, segundo o CEO do Instituto Gente, o cenário fica mais iluminado quando se toma ciência que 70% de toda comunicação humana é feita de maneira não verbal. A forma como você fala, o tom de voz, as expressões faciais, os gestos das mãos, a postura do corpo, tudo isso será tão importante para a compreensão da mensagem quanto o conteúdo.
“A mensagem tem que ter vida. Assim, quando estiver fazendo uma apresentação, preste muita atenção se está gesticulando, passando energia, ou se está apenas lendo o que escreveu”, alerta Shinyashiki, explicando que uma história expressada também pelo corpo costuma chamar mais atenção dos espectadores. Outra dica prática sugerida pelo palestrante a fim de tornar a apresentação mais atrativa é estabelecer momentos de tensão na história que estiver contando. “Alguém que conta bem uma história cria vários desses momentos, que deixam as pessoas apreensivas e consequentemente atentas”, finaliza.