Evento reuniu especialistas e líderes empresariais para debater o impacto das novas regulamentações na gestão estratégica de saúde mental nas organizações.
O Vittude Summit chegou à sua sexta edição como o mais relevante encontro de saúde mental corporativa no Brasil, destacando tendências, desafios e oportunidades trazidas pelas recentes regulamentações trabalhistas. Realizado pela Vittude, referência na gestão estratégica de programas de saúde mental, o evento reuniu gestores corporativos, profissionais de Recursos Humanos, médicos do trabalho, engenheiros de segurança e especialistas da área para debater o tema central: “Como as novas regulamentações moldarão o futuro das empresas”.
Durante dois dias, mais de 16 horas de conteúdo foram oferecidas em 23 palestras e painéis, além de momentos valiosos para networking profissional. O evento teve participação de executivos e especialistas de grandes companhias, incluindo Grupo Boticário, Sodexo e Bradesco, além de nomes reconhecidos como Ana Paula Padrão (sócia da Conquer Unna), Ana Luiza Horcades (chefe da seção de fiscalização em segurança e saúde no trabalho no RJ), Cirlenne Zimmermann (coordenadora nacional de defesa do meio ambiente do trabalho e saúde do trabalhador), Rodrigo Vaz (auditor fiscal do trabalho em São Carlos), Marcos Mendanha (professor e médico do trabalho) e Maryana com Y (fundadora da Humorlab).
Confira os principais insights discutidos durante o encontro:
Saúde mental como exigência regulatória
A CEO da Vittude, Tatiana Pimenta, enfatizou que cuidar da saúde mental dos colaboradores não é mais opcional, mas sim uma obrigação regulamentada. A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que passa a valer em maio, exige que empresas identifiquem e gerenciem riscos psicossociais com rigor semelhante aos riscos ocupacionais tradicionais.
Tatiana ressaltou dados do INSS indicando um aumento alarmante de afastamentos por transtornos mentais em 2024, totalizando mais de 470 mil casos, crescimento de 67% comparado a 2023. Segundo ela, a nova NR-1 representa uma oportunidade para as empresas estruturarem programas robustos e eficazes de saúde mental.
Brasil e a necessidade de metodologia clara
Países como México e Chile já possuem metodologias estabelecidas para identificar e tratar riscos psicossociais. O professor Marcos Mendanha sugeriu que o Brasil pode aprender com essas experiências internacionais. Já Tatiana Pimenta destacou que empresas brasileiras estão em diferentes níveis de maturidade, reforçando que uma metodologia padronizada e clara ajudaria as organizações a se adaptarem rapidamente às novas exigências regulatórias.
Tecnologia como aliada estratégica
Outro ponto relevante abordado foi o papel crescente da tecnologia na promoção da saúde mental corporativa. Tatiana explicou que empresas que adotam soluções tecnológicas para o mapeamento de riscos psicossociais e apoio psicológico remoto demonstram maior capacidade de engajamento e cuidado com seus colaboradores. Essas soluções permitem abordagens mais personalizadas, facilitando o acesso e ampliando o impacto dos programas.
Decisões baseadas em fundamentos técnicos
Para Ana Luiza Horcades e Rodrigo Vaz, uma gestão eficiente de saúde mental exige decisões técnicas qualificadas. Eles enfatizaram a importância de profissionais capacitados na identificação e avaliação dos riscos psicossociais. A profissionalização da abordagem é vital para garantir diagnósticos precisos e intervenções eficazes, tornando o ambiente corporativo mais saudável e produtivo.
Esses insights destacam que a gestão estratégica da saúde mental está se consolidando como fundamental para o futuro das organizações, especialmente diante das novas exigências regulatórias. O evento trouxe não só reflexões, mas também práticas para que as empresas possam implementar mudanças efetivas e alinhadas às melhores práticas do mercado.