O mercado de trabalho é acessível a todos, e de uma maneira ou de outra, precisamos nos adaptar juntos para manter a produtividade.
Hugo Ramos – fundador e diretor executivo da Oobj Tecnologia
O choque entre culturas, valores e gerações sempre é uma possibilidade no mercado de trabalho. Atualmente, com a Geração Z dominando muitos espaços, essas diferenças ficam bastante claras. Afinal, estamos lidando com uma sociedade diversa e com épocas que passam em um piscar de olhos — não dá para se acomodar. E isso vale tanto para empresas quanto para profissionais.
Só que o dia a dia é complexo. Muita gente não se adapta, ou não conhece as ferramentas para isso. É o que explica dados como da Intelligent.com, que diz que 6 a cada 10 empresas demitiram um funcionário recém-formado da Geração Z este ano. 75% das companhias também afirmam que alguns ou todos os contratados dessa categoria não foram satisfatórios. Os motivos variam entre “falta de maturidade, de profissionalismo, de ética ou comunicação inadequada”.
Por outro lado, diversas pesquisas apontam que as prioridades da Geração Z não estão sendo atendidas. Este estudo da WeWork, por exemplo, indica que os maiores desejos do grupo são flexibilidade, liderança inspiradora, tratamento humanizado e mais reconhecimento. Muitas vezes, essas expectativas não se alinham com o modo de agir de algumas companhias, especialmente as mais tradicionais.
A solução para certas empresas é a demissão, o que pode funcionar por enquanto, mas não será o caso por muito tempo. Segundo a McKinsey, a Geração Z já será 25% da força de trabalho no ano que vem, e a tendência é continuar aumentando. Então, o que fazer?
Adaptação é a chave. Profissionais precisam se adequar a determinadas regras e à cultura de onde trabalham, mas as empresas também podem se esforçar para criar um ambiente positivo e reconhecer as demandas dos mais novos.
Eu atuo com uma série de ferramentas que ajudam nesses processos. Para começar, pesquisas de engajamento podem ser muito úteis para estabelecer como está o momento atual. Pense em categorias como clima organizacional, estrutura, processos, plano de carreira, entre outros, e permita que os colaboradores votem (talvez até anonimamente) em como se sentem em relação a cada coisa. Os números podem dizer muito sobre a felicidade e bem-estar da equipe, assim como outros dados complementares, como a taxa de retenção.
Vale considerar também a implementação de benefícios voltados para desenvolvimento profissional, saúde ou educação. Incentivos aos estudos, parceria com organizações de saúde mental e/ou física, eventos de engajamento e muitas outras opções podem fazer a diferença.
Para construir esse ambiente ideal para os “zoomers”, é importante também buscar no mercado práticas que se encaixem na cultura da empresa. Adaptar essas práticas ao contexto da empresa permite criar uma base sólida para uma cultura em que todos se sintam ouvidos, respeitados e incentivados a crescer juntos.
O mercado de trabalho é para todos e, de uma forma ou de outra, precisamos nos adequar juntos para continuar produzindo. O esforço conjunto para que isso aconteça é positivo para todo mundo. Quem não quer um ambiente agradável e bons resultados chegando, não é mesmo?